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Foto: Maria do Rosário Santos

Que espécie é esta: erva-moira

21.09.2021

A leitora Maria do Rosário Santos pediu a identificação de uma planta observada no Cacém, fotografada a 9 de Setembro. Carine Azevedo responde.

“Gostava de saber que planta é esta, apareceu sem ser plantada e está perto da minha casa”, explicou Maria do Rosário Santos, numa mensagem enviada à Wilder.

Tudo indica que a planta fotografada seja da espécie Solanum nigrum, conhecida pelo nome comum de erva-moira. 

Espécie identificada e texto por: Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A erva-moira pertence à família Solanaceae, que inclui outras espécies bem conhecidas como a batata, o tomate, o tabaco, o pimento, entre outras.

Trata-se de uma planta arbustiva, perene, com um ciclo de vida curto. Tem um crescimento ereto, por vezes prostrado, e pode crescer até 1,5 metros de altura e formar densos aglomerados.  

As folhas têm forma de coração, margens onduladas e são mais ou menos pubescentes em ambas as faces. As flores possuem corola branca, creme ou por vezes esverdeada. O fruto é uma baga preta opaca ou púrpura.

É uma espécie nativa da Eurásia, Macaronésia, Norte e Nordeste de África. Em Portugal ocorre naturalmente um pouco por todo o território nacional, tal como no arquipélago da Madeira, e terá sido introduzida no arquipélago dos Açores.

A erva-moira é uma planta ruderal, comum em terrenos baldios ou incultos e na berma de caminhos. Está habitualmente associada a solos ricos em azoto e a locais de meia-luz.


Agora é a sua vez.

Encontrou um animal ou planta que não sabe a que espécie pertence? Envie para o nosso email a fotografia, a data e o local. Trabalhamos com uma equipa de especialistas que o vão ajudar.

Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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