Tremocilha

Que espécie é esta: tremocilha

30.04.2025

A leitora Alice Moreira fotografou esta planta a 21 de Abril na zona de Baião e quis saber a que espécie pertence. Carine Azevedo responde.

“Peço identificação de planta na zona de Baião”, escreveu a leitora à Wilder.

Trata-se de uma tremocilha (Lupinus luteus).

Espécie identificada e texto por:  Carine Azevedo, consultora na gestão de património vegetal ao nível da reabilitação, conservação e segurança de espécies vegetais e de avaliação fitossanitária e de risco. Dedica-se também à comunicação de ciência para partilhar os pormenores fantásticos da vida das plantas.

A planta de flores amarelas que se destaca nas imagens é uma tremocilha (Lupinus luteus L.), também conhecida como tremoceiro-amarelo. Trata-se de uma leguminosa anual pertencente à família Fabaceae.

A tremocilha apresenta um porte herbáceo e pode atingir entre 30 a 60 centímetros de altura. As folhas são compostas, com folíolos estreitos e alongados, dispostos em forma de leque, e revestidas por uma leve penugem. As flores, de coloração amarelo-vivo, agrupam-se em inflorescências verticais muito vistosas, que aparecem na primavera. O fruto é uma vagem que contém várias sementes arredondadas e duras, geralmente de cor amarela pálida.

Originária da região mediterrânica, ocorre de forma espontânea em Portugal um pouco por todo o território continental, mas também é cultivada com fins agrícolas.

Além do valor ornamental, a tremocilha é frequentemente utilizada como adubo verde (sideração), devido à sua capacidade de fixar azoto no solo através de simbiose com bactérias do género Rhizobium. Esta característica melhora a fertilidade dos solos, tornando a espécie útil em rotações culturais e práticas agroecológicas. Também pode ser aproveitada, depois de seca, como forragem para ovinos, embora seja tóxica quando consumida verde ou, mesmo seca, se contaminada pelo fungo Diaporthe toxica — um risco agravado em verões húmidos.

Curiosamente, embora o seu nome remeta ao tremoço, os seus grãos não são comestíveis em estado natural devido ao teor de alcalóides amargos e tóxicos, sendo necessário um processo rigoroso de lavagem e fervura para eventual utilização.


Agora é a sua vez.

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Equipa Wilder

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