O sítio que os borrelhos-de-coleira-interrompida escolhem para fazer os ninhos é crucial para a espécie. As aves que preferem os seixos às praias de areia têm mais sucesso reprodutivo, segundo investigadores norte-americanos.
Dana Herman e Mark Colwell, da Universidade Estatal de Humboldt, passaram 13 anos a estudar os sucessos e fracassos de cerca de 200 borrelhos-de-coleira-interrompida (Charadrius nivosus) a nidificar na região de Humboldt, Califórnia. Os investigadores quiseram identificar quais os factores que influenciam o sucesso reprodutivo destas aves.
Os seus resultados, publicados nesta semana na revista The Condor: Ornithological Applications, mostram que, mais do que a presença de predadores ou as actividades humanas, aquilo que mais diferença fez foi o sítio escolhido para o ninho: praia de areia ou seixos. Os seixos dão uma melhor camuflagem para ovos e crias, descobriram os investigadores. As crias das aves que nidificaram em cima de seixos estavam mais escondidas de predadores como os corvos e as gralhas, por exemplo.
As aves que nidificam nos seixos colocaram menos ovos do que as que escolheram os areais. Mas o efeito da camuflagem foi tão grande que conseguiram que as suas crias vivessem mais tempo, até se tornarem independentes.
Com base no seu estudo, Herman e Colwell aconselham aos projectos de conservação da espécie a acrescentar restos de conchas ou pedaços de madeira que dão à costa aos locais de areal onde estas aves nidificam, para aumentar o potencial de camuflagem.
O borrelho-de-coleira-interrompida pode ser observado no nosso país durante todo o ano.