O número de casais reprodutores aumentou mais de 6% em relação a 2014, segundo os dados recolhidos na Serra Morena, Doñana e província de Cádiz. Estes dados interessam a Portugal que tem a decorrer um projecto para recuperar a espécie.
Além dos 101 casais de águia-imperial ibérica (Aquila adalberti) que nidificaram na Andaluzia foram detectados outros oito casais que acabaram por não se reproduzir, segundo um comunicado do Conselho para o Ambiente e Ordenamento do Território daquela região espanhola.
A população aumentou na Serra Morena, tendo passado de 79 casais para 88, em relação a 2014. Em Cádiz mantêm-se os quatro casais e em Doñana registou-se uma diminuição de 11 para nove casais.
“Esta é a primeira vez que se ultrapassam os 100 casais na Andaluzia, número considerado pelas directivas europeias Aves e Habitat como o tamanho populacional mínimo necessário para alcançar um estado favorável de conservação da espécie”, diz a autoridade andaluz.
Em Portugal, esta rapina está Criticamente em Perigo de Extinção. Foi dada como extinta em 1970 e só voltou a nidificar em território português em 2013.
O objectivo conservacionista para a espécie é conseguir, pelo menos, 500 casais na Península Ibérica, segundo os critérios da União Internacional da Conservação da Natureza (UICN). “Como a população da Andaluzia corresponde a 20% da existente na Península Ibérica, é necessário chegar a um mínimo de 100 casais reprodutores e mantê-los durante um período de seis anos como mínimo, antes de considerar um estado favorável de conservação”, explica o Conselho.
Actualmente, o plano de conservação da Andaluzia para esta rapina – que apenas existe em Portugal e Espanha – tem como prioridade consolidar os núcleos populacionais de Doñana e Cádiz. Para isso tem vindo a trabalhar com proprietários de terrenos agrícolas com presença de águia-imperial.
Para ficar a saber o que está a ser feito em Portugal, leia aqui o que escrevemos sobre o projecto LIFE Imperial, a decorrer em quatro zonas: Tejo Internacional, Erges e Pônsul; Mourão/Moura/Barrancos; Castro Verde e Vale do Guadiana.