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Registados 4.300 ninhos na colónia de gaivota-de-audouin na Ria Formosa

13.07.2021

A gaivota-de-audouin (Larus audouinii), uma das gaivotas mais ameaçadas, fez este ano 4.300 ninhos nas dunas da ilha da Barreta, no Parque Natural da Ria Formosa, revelou o ICNF.

Depois de porem os ovos em meados de Abril, as gaivotas-de-audouin estarão por estes dias a terminar a sua temporada de reprodução.

Gaivota-de-audouin. Foto: Len Worthington/WikiCommons

Em Portugal, esta espécie nidifica no Algarve, na Ria Formosa, apesar de centenas ou milhares de indivíduos passarem todos os anos pela região nas suas migrações pós-nupciais. O seu estatuto de conservação no nosso país é Vulnerável.

Em Junho, o Centro de Estudos de Migrações e Protecção de Aves (CEMPA) do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) – apoiado por vigilantes da natureza do Parque Natural da Ria Formosa, pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e por voluntários – fez a monitorização e anilhagem de exemplares de gaivota-de-audouin na colónia das dunas da ilha da Barreta, também conhecida como ilha Deserta, no Parque Natural da Ria Formosa.

Este ano foram contabilizados 4.300 ninhos, quando em 2012 – ano do primeiro censo à espécie – tinham sido contados apenas 400, revelou o ICNF. 

A colónia da ilha da Barreta foi identificada pela primeira vez em 2008 por um grupo de pescadores. Dois anos depois, em 2010, começou o programa de marcação das aves com anilhas de cor. Nesse ano foram marcadas 100 gaivotas juvenis; no segundo ano, 200. Até hoje já foram anilhadas cerca de 2.700 gaivotas. Destas, cerca de 900 já voltaram a ser observadas em oito países.

Segundo o ICNF, o aumento da população reprodutora de Portugal “pode estar directamente relacionado com a baixa taxa de sobrevivência de juvenis na maior colónia de reprodução, no Delta do Ebro, o que é corroborado pelo facto de se terem detectado aves marcadas oriundas dessa colónia”.

A gaivota-de-audouin é uma ave migratória que se reproduz quase em exclusivo na bacia do Mediterrâneo. Durante o Inverno, esta espécie migra para a costa Norte e Oeste de África.

Segundo o portal Aves de Portugal, esta é uma “gaivota mais pequena que as congéneres gaivota-argêntea e gaivota-d’asa-escura, embora maior que um guincho“.

“Em plumagem adulta, apresenta um padrão cinzento-prateado algo esbatido no dorso e parte superior das asas, o que faz com que a tonalidade geral da ave seja pálida. As patas são verde-escuras ou cinzento-esverdeado e o bico vermelho com uma risca preta junto à ponta do mesmo. O olho escuro confere-lhe um ar ‘simpático’. Os juvenis apresentam a típica plumagem sarapintada de castanho das gaivotas, distinguindo-se das restantes pela mancha branca em forma de U do uropígio.”

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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