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um pisco de peito ruivo no ramo de uma árvore
Pisco-de-peito-ruivo. Foto: Wolfgang Vogt/Pixabay

Big Garden Birdwatch de 2018 já tem data marcada

28.11.2017

A partir de 13 de Dezembro abrem as inscrições para o Big Garden Birdwatch, um dos maiores eventos de contagem de aves no mundo. Em 2018, a grande contagem no Reino Unido está marcada para 27 a 29 de Janeiro.

 

Este ano, quase 500 mil pessoas contaram mais de oito milhões de aves nos seus jardins e parques públicos, no âmbito desta iniciativa da Royal Society for Protection of Birds (RSPB).

Em 2018, na sua 39ª edição, o Big Garden Birdwatch volta a pedir a ajuda dos cidadãos para saber como estão dezenas espécies de aves, desde o pisco-de-peito-ruivo ao pardal, melro e aos chapins. Para participar basta observar as aves no jardim ou parque público local durante uma hora num período de três dias. Apenas devem ser contados os animais pousados, não os que são vistos a voar.

“Com mais de meio milhão de pessoas a participar regularmente, juntamente com quase 40 anos de dados, o Big Garden Birdwatch permite-nos monitorizar as tendências e ajudar a compreender como as aves se estão a aguentar”, disse Daniel Hayhow, cientista na área da conservação da RSPB, em comunicado.

Graças aos dados recolhidos em inúmeros jardins, a RSPB consegue ter uma fotografia das aves que visitam aqueles espaços verdes por todo o país. “Mesmo que as pessoas não vejam nada durante o Big Garden Birdwatch, isso também é informação importante. Por isso, contem-nos tudo”.

Este ano, a lista das 10 espécies mais observadas é encabeçada pelo pardal, pelo estorninho e pelo melro. A seguir chegam o chapim-azul, o pombo-torcaz, o pintassilgo, o pisco-de-peito-ruivo, o chapim-real, o tentilhão e, por fim, o chapim-rabilongo.

“As aves que vemos nos nossos jardins são, muitas vezes, a primeira experiência que temos na natureza”, acrescentou Daniel Hayhow. “Podem ser um bando de estorninhos no comedouro, um pisco-de-peito-ruivo empoleirado na vedação ou pardais na limpar-se numa taça com água.”

“Mas será uma surpresa para muitos que algumas das nossas mais queridas espécies precisam desesperadamente da nossa ajuda, numa altura em que os seus números têm diminuído drasticamente”, alertou.

Por exemplo, os estorninhos e os verdilhões que visitam os jardins registaram declínios de 79% e 59% desde as primeiras contagens em 1979.

Este ano, as escolas também participaram nas contagens, através do RSPB Big Schools Birdwatch, a nível nacional. Cerca de 73.000 alunos passaram uma hora na natureza a contar aves, de 3 de Janeiro a 17 de Fevereiro. Os melros foram as aves que mais observaram no recinto escolar, com 88% das escolas a observar pelo menos um. As outras duas aves mais vistas foram o estorninho e o pombo-torcaz.

Em 2018, o Big Schools’ Birdwatch vai acontecer entre 2 de Janeiro e 23 de Fevereiro.

Tanto o Big Garden Birdwatch como o Big Schools’ Birdwatch fazem parte da campanha da RSPB “Giving Nature a Home”, que pretende responder à crise que a vida selvagem do Reino Unido enfrenta. A organização apela às pessoas para providenciarem um local para a vida selvagem nos seus jardins ou espaços verdes, desde colocar uma caixa-ninho para aves, a criar um charco para anfíbios ou construir uma casa para ouriços-cacheiros.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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