Em Novembro e Dezembro não perca o ciclo de debates “Floresta e Incêndios Florestais – Incertezas e Verdades”, organizado pela Liga para a Protecção da Natureza (LPN) na Culturgest, em Lisboa.
Esta iniciativa, com datas marcadas para 23 e 30 de Novembro e 6 e 14 de Dezembro – sempre ao final do dia, das 18h00 às 20h00 -, pretende “debater as razões fundamentais e estruturais que estão na génese da recorrência dos fogos florestais”, explica a associação numa nota.
Além disso, a ideia é “apontar vias e soluções para que a floresta portuguesa seja diferente”. A LPN gostaria que esta fosse “mais resiliente, mais sustentável e mais usufruída pela sociedade portuguesa”. Para tal é importante, diz, que os cidadãos sejam mais activos na sua “proteção e valorização”.
A associação de ambiente mais antiga do país, fundada em 1948, entende que este é o momento oportuno para este ciclo de debates, “passado o tempo de combate e de auxílio” depois dos fogos florestais que “atingiram níveis inimagináveis, em perdas e danos, incluindo humanas, desinquietando todos os portugueses para este recorrente e dramático problema”.
O ciclo de debates começa a 23 de Novembro, quinta-feira, com o tema “A Gestão continua a ser a melhor prevenção?”. Tendo como moderador o engenheiro florestal Vitor Louro, o painel vai tentar responder à pergunta, tendo em consideração que “este Verão muitas propriedades com boa gestão soçobraram aos fogos”. Vale a pena gerir? Como? O debate terá como participantes Rosário Alves, directora-executiva da FORESTIS – uma das principais associações florestais do país -, Luís Sarabando (da Associação Florestal do Baixo Vouga) e António Louro, vice-presidente da Câmara Municipal de Mação e, segundo a LPN, “uma das mais autorizadas vozes na gestão autárquica da prevenção dos fogos florestais”.
A 30 de Novembro, o tema será “Recompor a nossa floresta. As espécies contam?”, com António Sousa Macedo (presidente do Colégio de Engenharia Florestal da Ordem dos Engenheiros) como moderador.
“Uma das questões mais repetidas na opinião pública foi o apontar recorrente dos eucaliptos, sobretudo, e dos pinheiros como uma das causas mais importantes dos fogos. Em contraponto muito se falou de “espécies autóctones”, “árvores bombeiras” e outras designações. Urge diversificar a nossa floresta por razões de valoração da riqueza ambiental e económica e também para minimizar riscos. Mas poder-se-á fazê-lo com base em preconceitos ou informação menos adequada? Que fazer? Como gerir expectativas e cuidar de rendimentos?”. Este debate terá como participantes José Miguel Pereira (investigador do Centro de Estudos Florestais do Instituto Superior de Agronomia), António Salgueiro (especialista de prevenção e combate a fogos florestais) e Domingos Patacho, responsável pelas Florestas na Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza.
“A literacia sobre florestas e fogos. O papel dos media” será o terceiro tema deste ciclo de debates, a realizar a 6 de Dezembro. O moderador é João Filipe Bugalho (engenheiro florestal e especialista em conservação da natureza) e os participantes são Henrique Monteiro (redactor principal do jornal Expresso), Manuel Carvalho (redactor principal do jornal Público) e José Manuel Fernandes (publisher do jornal digital Observador).
O último dia do ciclo de debates tem como tema “O ordenamento é importante. As opções de desenvolvimento do interior ainda o são mais”. Será que basta “fazer mais planos ou corrigir os existentes ou é urgente mudar as opções de política, designadamente quanto ao investimento público nas áreas rurais e interiores do nosso país”? Este painel tem como moderador Carlos Rio de Carvalho, sócio-gerente da ERENA e secretário-geral da associação Iberlynx e como participantes João Guerreiro (coordenador da Comissão Técnica Independente designada pela Assembleia da República para promover a avaliação das causas dos incêndios e recomendar medidas), João Cordovil (especialista em ordenamento do território) e João Paulo Catarino (coordenador da Unidade de Missão para a Valorização do Interior).
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