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Águia-pesqueira. Foto: NASA

Voluntários contaram mais de 130 águias-pesqueiras no sábado

18.01.2016

Pelo menos mais de 130 águias-pesqueiras passam o Inverno em Portugal, revelam os resultados do 2º Censo Nacional de Águia-pesqueira, realizado neste sábado dia 16 de Janeiro. Foram 144 os voluntários que percorreram o país e contaram entre 135 e 150 aves invernantes, um número que representa um expressivo aumento em relação à primeira edição da iniciativa.

 

O maior número de aves, entre 21 e 23, foram registadas no rio Tejo, entre Constância e Santarém. Entre Santarém e Salvaterra de Magos foram avistadas 10 águias e entre Salvaterra de Magos e Alhandra, outras dez.

A seguir ficou a zona central de Aveiro (Gafanha da Nazaré, Aveiro e Coutada), com oito aves.

A zona da albufeira de Alqueva, onde está a ser realizado um projecto de reintrodução da espécie como nidificante, foram contadas algumas aves: duas na zona do Alandroal e uma na região de Elvas.

Em Faro foram observadas seis águias durante um percurso fluvial.

No 1º Censo, realizado a 24 de Janeiro de 2015, foram contadas entre 71 e 81 aves.

Agora, entre 135 e 150 foram observadas. Este intervalo tem a ver com as situações em que não foi possível confirmar se a mesma ave foi vista mais de uma vez em diferentes locais. O grande objectivo foi saber quantas águias-pesqueiras (Pandion haliaetus) passam o Inverno em Portugal e onde.

A águia-pesqueira foi dada como extinta em Portugal em 1997, quando morreu a única fêmea do casal que ainda nidificava no país, na costa alentejana. Catorze anos depois, em 2011, iniciou-se um projecto de reintrodução nas margens da albufeira do Alqueva, com aves trazidas da Suécia e da Finlândia.

Entretanto, surgiram boas notícias em Abril passado, quando uma equipa de investigadores portugueses confirmou o avistamento de um casal de águias-pesqueiras a ocuparem um ninho, junto ao mar na Costa Vicentina.

Portugal conta ainda com as águias-pesqueiras que nos visitam todos os Invernos, chegadas de outros locais da Europa. “Muitas das suas zonas de alimentação nos seus países de origem – Reino Unido, Alemanha, Noruega e Suécia – estão congeladas e, por isso, as aves não conseguem capturar peixes, o seu principal alimento”, explicou Gonçalo Elias à Wilder, quando se realizou o primeiro censo.

 

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Fique a saber quais os distritos do país onde foram observadas águias pesqueiras e quais foram os números por região:

Santarém – Entre 40 e 43

Setúbal – Entre 31 e 36

Aveiro – 18

Lisboa – 14 a 16

Faro – 14 a 17

Évora- 6

Coimbra – Entre 3 e 4

Portalegre – Entre 3 e 4

Viana do Castelo – 2

Braga – 2

Leiria – 1

Beja – 1

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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