De 13 de Maio a 20 de Junho, mesmo no final da Primavera, 17 pessoas responderam com 54 desenhos ao desafio lançado pela Quercus e pelos Urban Skechers Portugal para desenhar as ervas espontâneas das cidades.
O desafio “Desenhar as ervas espontâneas da cidade” quis pôr os portugueses a encarar estas plantas de um modo diferente, através do desenho. Dentes-de-leão, urtigas, parietárias e bolsas-de-pastor são algumas das muitas plantas que povoam as bermas dos passeios, vítimas do uso constante de herbicidas como o glifosato.
A iniciativa recebeu 54 desenhos de 17 pessoas.
“Tivémos resultados muito interessantes”, contou Henrique Vogado, dos Urban Sketchers Portugal (USkP), à Wilder. “O uso de diferentes técnicas e materiais de desenho favoreceram um elemento que passa despercebido na paisagem mas que, nestes cadernos, foram o objecto principal.”
Os USkP, movimento que promove o desenho em cadernos e diários gráficos, receberam desenhos a marcador, aguarela, lápis de côr e até em formato digital.
“Não deve ter sido difícil fazer os desenhos, pois são ervas que vemos em todo o lado”, acrescentou Henrique Vogado.
“Muitos dos desenhos foram efectuados perto do local onde os desenhadores habitam ou trabalham.”
Agora, os desenhos resultantes deste desafio vão fazer parte de uma exposição itinerante, por enquanto ainda sem data definida. “O objetivo é chamar a atenção para a existência de ervas que podem fazer parte do espaço público, no contexto das alternativas à aplicação de herbicidas, campanha que a Quercus tem vindo a desenvolver.”
De acordo com a Quercus, “muitas ervas espontâneas têm valor estético, encontrando-se um pouco por todo o lado, como caleiras de árvores, bermas ou jardins e em várias cidades da Europa já são assumidas como parte do espaço público”.
[divider type=”thick”]Recorde a expedição botânica que a Wilder fez por Lisboa há um ano, em busca das flores silvestres da nossa flora nos relvados urbanos.