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Os predadores mais emblemáticos do país estão a chegar pelo correio

24.06.2016

A raposa, o lobo-ibérico, o texugo, o gato-bravo, a gineta e a lontra são dos predadores mais emblemáticos da fauna de Portugal e a partir deste mês podem ser avistados em qualquer caixa do correio. Os CTT escolheram seis ilustradores portugueses para esta série de selos que são obras de arte naturalistas.

 

A nova emissão filatélica foi lançada a 7 de Junho e dela fazem parte seis selos, obras de arte naturalista com o formato de 40 X 30,6mm.

Os CTT escolheram seis das 14 espécies de mamíferos carnívoros terrestres e seis ilustradores para as retratar.

O lobo-ibérico foi pintado por Pedro Mendes e é um dos últimos predadores de topo de Portugal.

 

 

 

A raposa, retratada por Fernando Correia, e a gineta, por José Projecto, são animais que vivem em habitats variados, desde áreas humanizadas até às montanhas.

 

 

 

 

Nuno Farinha retratou o gato-bravo, espécie classificada como Vulnerável no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal (2005).

 

 

Marco Nunes Correia ilustrou o texugo, um animal fossador, e Pedro Salgado teve a responsabilidade de retratar a lontra, um animal semiaquático dos cursos de água doce portugueses.

 

 

 

A decisão de fazer uma emissão filatélica dedicada a estes animais surgiu “como homenagem aos desenhadores peritos em temas de natureza e de desenho cientifico que já colaboraram com os CTT fazendo selos postais há dezenas de anos”, explicou à Wilder Raúl Moreira, director de Filatelia dos CTT.  “A ideia foi dar a cada um deles um animal para desenhar, construindo assim uma série com obras de arte de todos eles.”

Além disso, estes selos pretendem “consciencializar a população para o importante papel que estas espécies desempenham como reguladores de ecossistemas”, segundo um comunicado dos CTT. Cada animal foi retratado de frente, a olhar para quem está do outro lado do selo, como forma de nos “alertar para os problemas” que enfrentam.

“É importante estarmos cada vez mais conscientes de que todos dependemos de todos porque vivemos na mesma biosfera. Com esta emissão, os CTT procuram não só dar a conhecer estas espécies, mas também inspirar a população para a sua melhor conservação.”

Segundo Raúl Moreira, “os selos podem ser adquiridos nos serviços centrais da Filatelia dos CTT e nas Lojas CTT pelo menos até 2021 ou até esgotarem, o que nos parece ser mais provável.”

Os selos da raposa e do lobo têm um valor facial de 0,47€ cada um e uma tiragem de 135.000 exemplares cada; o selo do gato-bravo tem o valor facial de 0,58€ e uma tiragem de 110.000 exemplares; o selo da gineta tem um valor facial de 0,65€ e também uma tiragem de 110.000 exemplares; por sua vez, o selo da lontra tem uma tiragem de 135.000 exemplares e um valor facial de 0,75€ cada; por fim, o selo do texugo com um valor facial de 0,80€ e uma tiragem de 115.000 exemplares.

A história dos CTT e do mundo natural já tem, pelo menos, 40 anos. Desde os selos de 1976, criados pelos serviços artísticos dos Correios com espécies da fauna e flora portuguesas como a pega-azul e o lince-ibérico até esta nova emissão dedicada aos predadores, em 2016, a História Natural ilustrada tem sido um dos temas escolhidos para os selos de Portugal.

Ao longo destas décadas há selos das flores dos Açores e da Madeira, das aves do Estuário do Tejo, dos insectos dos Açores, dos parques naturais; há pelo menos duas séries dedicadas ao lince-ibérico, e ainda há aves dos Açores e da Madeira, flores selvagens, lobos-marinhos, águias, abetardas, focas, lagartos-de-água, borboletas, toupeiras-d’água, cachalotes e golfinhos, peixes como o pim-pim e o bodião-verde, orquídeas e até plânctones nas águas de Portugal. Há selos com anémonas e lapas, lampreias, solhas e enguias e a lista continua até criar uma galeria do mundo natural português, retratos e desenhos do tamanho de um selo.

Agora esta galeria está ainda mais completa.

 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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