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Quatro perguntas à equipa do Borboletário

23.03.2015

A Wilder esteve no Borboletário, poucos dias antes da reabertura, à conversa com as duas responsáveis, Maria João Verdasca, 34 anos, e Adriana Galveias, 35. Apesar de estar um dia nublado vimos borboletas-limão, borboletas-da-couve, malhadinhas, monarcas e ainda ovos de borboleta-da-couve, lagartas de monarca, crisálidas de almirante-vermelho e casulos de pavão nocturno grande e pequeno.

 

Wilder: Como prepararam a reabertura do Borboletário, depois de ter passado o Inverno fechado?

Durante o Inverno fizemos uma manutenção mais geral. Mas agora para a reabertura plantámos os canteiros com as plantas hospedeiras – como couves, urtigas, arrudas e funchos – e repusemos as plantas que foram comidas pelas lagartas. Além disso, podámos as árvores, arrancámos ervas daninhas dos caminhos, pusemos etiquetas novas e placas auto-explicativas com o que está a acontecer em determinado local, para ajudar as pessoas a compreenderem o que se passa.

 

Reabertura do borboletário do Jardim Botânico do Museu de História Natural. Foto: Joana Bourgard
O medronheiro é uma das plantas do Borboletário porque é a planta hospedeira da borboleta-do-medronheiro. Foto: Joana Bourgard

 

 

W: Quem visita o Borboletário?

O número de visitantes tem vindo sempre a subir e no ano passado foi 63 mil. Desde o início do Borboletário, em 2006, já recebemos mais de 25 mil alunos, mas recebemos todo o tipo de pessoas. À semana são mais estrangeiros e escolas; ao fim-de-semana são mais famílias portuguesas. A maioria vem porque é giro ou porque já ouviu falar. As borboletas são muito atractivas.

 

Reabertura do borboletário do Jardim Botânico do Museu de História Natural. Foto: Joana Bourgard
As borboletas adultas são atraídas por plantas com néctar. Foto: Joana Bourgard

 

 

W: E quais são as perguntas mais frequentes?

As pessoas, normalmente, perguntam quanto tempo vive uma borboleta. Uma das perguntas mais curiosas que nos fazem é se as crisálidas de monarca são brincos ou se foram pintadas por nós (risos).

 

Reabertura do borboletário do Jardim Botânico do Museu de História Natural. Foto: Joana Bourgard
Crisálida de borboleta-monarca. Foto: Joana Bourgard

 

 

É interessante ver que há muitos miúdos que nos visitam que já têm conhecimento e interesses específicos. Aqui aprendem com o contacto directo sobre as espécies que são comuns e não as tropicais que, provavelmente, nunca irão ver na vida.

 

W: O que gostariam para o futuro?

Gostaríamos que o Borboletário continuasse a funcionar. Este é um projecto que não está assegurado porque está assente em duas bolseiras cujas bolsas acabam em Julho e Setembro deste ano. Ainda não há solução, mas o museu está a estudar uma forma de garantir a continuidade do projecto.

 

Reabertura do borboletário do Jardim Botânico do Museu de História Natural. Foto: Joana Bourgard
Laboratório do Borboletário. Foto: Joana Bourgard

 

 

Além disso, gostávamos de ter um viveiro de plantas associado e um espaço de acolhimento para as crianças, para quando chove, por exemplo.

[divider type=”thin”]Descubra o Borboletário com as sugestões que aqui lhe deixamos.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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