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Como são os ovos de cortiçol-de-barriga-preta?

11.04.2025

Nesta primavera, a Wilder publica a série, “Como são?” que, todos os dias, lhe fala dos ovos de algumas das aves que nesta estação do ano nidificam no nosso país. As belíssimas ilustrações são de Lúcia Antunes, professora e ilustradora do Grupo do Risco.

“Os cortiçóis são das aves mais enigmáticas do nosso país”, escreve o portal Aves de Portugal. O cortiçol-de-barriga-preta (Pterocles orientalis) é uma espécie rara e de hábitos furtivos e está classificada como Em Perigo de extinção no nosso país.

Cortiçóis-de-barriga-preta. Foto: Ron Khight/WikiCommons

“Ligeiramente maior que um pombo, caracteriza-se pelo seu corpo rechonchudo e pelas patas curtas. A plumagem é acastanhada e, embora apresenta alguns padrões, estes são difíceis de reconhecer à distância. Em voo a identificação é quase imediata, pois a barriga preta é facilmente visível.”

A espécie é residente e pode ser observada durante todo o ano, no interior do Alentejo e na Beira Baixa.

Os cortiçóis-de-barriga-preta fazem os seus ninhos no chão, “expostos mas camuflados”, segundo o livro “Aves de Portugal – Ornitologia do Território Continental”.

Ilustração: Lúcia Antunes

As posturas destas aves são de dois ou três ovos.

A incubação leva 23 a 28 dias e as crias voam quando têm entre 22 e 27 dias de idade.

Ilustração: Lúcia Antunes

Esta espécie sofreu “uma enorme regressão em Portugal ao longo do século XX”, segundo o mesmo livro. Acredita-se que a ave tenha diminuído por causa da intensificação e abandono agrícola, florestações e plantação de vinhas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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