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O que procurar no Outono: o esquilo-vermelho

29.09.2015

É no Outono que os esquilos apresentam mais actividade, o que faz desta estação do ano a melhor altura para serem observados. A Wilder falou com Rita Gomes Rocha, bióloga coordenadora do projecto científico O Esquilo Vermelho em Portugal, que avança todas as pistas necessárias para que encontre este animal de cauda felpuda.

 

O Outono é uma boa altura para se avistarem esquilos?

Setembro é o mês em que o esquilo apresenta a maior atividade, já tendo sido registadas 11 horas ininterruptas de actividade durante o dia (dados de outros países). Portanto, o Outono é uma óptima época para encontrar esquilos nas florestas.

 

O que fazem os esquilos nesta estação do ano? E no Inverno?

Nesta altura, aumentam o seu consumo e armazenamento de sementes, uma vez que estas existem em abundância no Outono.

Já quando chega o Inverno, a actividade dos esquilos torna-se mais reduzida, cingindo-se às manhãs e às primeiras horas da tarde. Só assim podem conservar energia durante os dias mais frios.

 

Que comida é que preferem armazenar e em que locais?

As pinhas são o alimento preferido destes animais. Quando não são consumidas no momento em que são encontradas, podem ficar armazenadas em buracos ou no solo, para serem comidas mais tarde. No entanto, o que acontece muitas vezes é que ficam esquecidas. O esquilo torna-se assim num importante dispersor de sementes e, desta forma, desempenha um papel muito importante na regeneração e manutenção das nossas florestas.

 

Qual a melhor estratégia para avistarmos um esquilo?

No Outono os esquilos estão ativos durante quase todo o dia, por isso, o seu avistamento é mais fácil. Sendo as pinhas o seu alimento preferido, será mais fácil encontrar estes animais em pinhais. Os esquilos vermelhos (Sciurus vulgaris) são a única espécie de esquilos presente em Portugal, e são facilmente identificados pela sua cauda felpuda e pelos tufos de pêlos das orelhas. Já a sua coloração pode variar desde o mais acinzentado para o preto. Por isso, o nome “vermelho” pode induzir em erro.

 

Em Portugal, quais são os locais onde será mais fácil realizar esse avistamento?

O esquilo vermelho já se encontra em todo o norte e centro do país, por isso, é bem provável que encontre esta espécie numa floresta/pinhal próximos, se viver nestas regiões. No entanto, o mais aconselhável é fazer caminhadas silenciosas e com um pouco de paciência e atenção, pois pode ser que tenha a sorte de avistar um esquilo. Procure pistas como pinhas roídas no chão, já que nesses casos a chance de encontrar um esquilo será um pouco maior, pois a presença da espécie já está confirmada com os seus indícios. Já nas cidades também é possível ver esta espécie, em parques urbanos como o Parque Biológico de Gaia e Monsanto.

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez,

Se quiser colaborar, o projecto científico O Esquilo Vermelho em Portugal envolve uma iniciativa de ciência cidadã que conta com a informação dada pelo público para ajudar a conhecer onde ocorre esta espécie. Por isso, se realizar um avistamento, informe os responsáveis do projecto através da página no Facebook.

Pode também ficar a saber mais sobre este projecto da Universidade de Aveiro, lendo o que a Wilder já escreveu aqui.

Série “O que procurar no Outono”

A Wilder celebra o Outono com uma série de trabalhos sobre aquilo que não pode mesmo deixar de ver na natureza. E esta estação traz inúmeras coisas interessantes que podemos ver. Veados, esquilos-vermelhos, florestas douradas, cogumelos, bagas e frutos e libélulas são excelentes desculpas para um passeio no campo. E tudo pode ser mais entusiasmante se soubermos o que procurar e onde.

Aqui ficam os artigos desta série já publicados:

O que procurar no Outono: libélulas

O que procurar no Outono: a brama dos veados

O que procurar no Outono: a fauna nos campos agrícolas florestais

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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