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Grous. Foto: Andreas Trepte/Wiki Commons

Num só dia foram observadas 187 espécies diferentes de aves em Portugal

06.12.2019

Noventa e três observadores de aves responderam ao desafio lançado pela Spea, no dia 30 de Novembro: ver o maior número possível de espécies diferentes num só dia.

O BigDay Spea aconteceu a 30 de Novembro um pouco por todo o país, para celebrar as aves e a natureza e comemorar o 26º aniversário da organização.

Entre as 00h00 e as 24h00 de 30 de Novembro foram observadas 187 espécies diferentes de aves, por 93 observadores, segundo os resultados divulgados a 1 de Dezembro.

Todos os registos foram feitos na aplicação eBird até às 09h00 de dia 1 de Dezembro.

Esta foi a segunda edição do BigDay Spea, um evento “que pretende juntar os observadores de aves em Portugal num grande dia para observar o maior número de espécies”, explica a Spea – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves.

Em 2018, a 1ª edição, foram observadas 167 espécies de aves por cerca de 50 pessoas.

Grous. Foto: Andreas Trepte/Wiki Commons

Das espécies registas este ano no BigDay, destacam-se as espécies invernantes. Entre estas estão “os inúmeros bandos de grous (Grus grus) a chegar ao Alentejo para passar o Inverno, a gaivota-argêntea (Larus argentatus), o gaivotão-real (Larus marinus), a marrequinha-comum (Anas crecca), o pisco-de-peito-azul (Luscinia svecica) e os grandes e regulares bandos de gansos-bravos (Anser anser), na Lezíria de Vila Franca de Xira”, segundo uma nota da Spea.

Também não passaram despercebidas as espécies acidentais de gansos naquela Lezíria, como o ganso-de-testa-branca (Anser albifrons), o ganso-campestre-da-taiga (Anser fabalis) e o ganso-campestre-da-tundra (Anser serrirrostris).

Ganso-de-testa-branca. Foto: Walter Siegmund/WikiCommons

As espécies acidentais requerem homologação pelo Comité Português de Raridades.

Ainda nas espécies acidentais, no distrito de Setúbal foram observados um pato-rabilongo (Clangula hyemalis) e uma gaivota-do-cáspio (Larus cachinnans).

A região dos Açores “permitiu a observação de espécies do outro lado do Atlântico”, do continente americano, “o que contribuiu para aumentar o número de espécies observadas: zarro-de-colar (Aythya collaris), piadeira-americana (Mareca americana), mergulhão-caçador (Podilymbus podiceps) e juruviara-norte-americano (Vireo olivaceus)”.

Além destes visitantes americanos, nos Açores foi ainda observada uma espécie que é já um símbolo da região, o priolo (Pyrrhula murina).

Priolo (Pyrrhula murina). Foto: Mark Putney/Wiki Commons

Neste dia, o distrito de Lisboa contou com o maior número de espécies observadas (128) e com o o maior número de observadores (21), seguido dos distritos de Faro (121 espécies e 21 observadores) e Setúbal (105 espécies e 17 observadores).

Os resultados foram apresentados na Herdade do Freixo do Meio, em Foros de Vale Figueira, a 1 de Dezembro, durante a celebração do 26º aniversário da Spea.



Agora é a sua vez.

Conheça as espécies de aves que não pode deixar de procurar nesta época do ano, sugeridas à Wilder por Domingos Leitão. Na lista estão espécies emblemáticas como os grous, os tartaranhões-cinzentos, as corujas-do-nabal, os gansos e as tarambolas-douradas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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