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Centenas de pessoas juntam-se este domingo para limpar nove praias do Algarve e proteger a natureza

06.05.2022
Operação Praia Limpa. Foto: Zoomarine/arquivo

No domingo dia 8 de Maio, nove praias dos concelhos de Silves, Albufeira, Lagoa, Loulé e Faro vão ser limpas de lixo por centenas de voluntários. Se quiser juntar-se à “Operação Praia Limpa”, do Zoomarine, hoje é o último dia para se inscrever.

Tudo acontece na manhã de dia 8 de Maio em nove praias do Algarve: Lagoa (Praia Grande e Praia da Angrinha), Silves (Praia Grande e Praia do Vale do Olival), Albufeira (Praia dos Salgados), Loulé (Praia de Quarteira e Praia do Forte Novo) e Faro (Praia de Faro e ilha da Culatra).

Operação Praia Limpa. Foto: Zoomarine/arquivo

A iniciativa quer “remover, ao longo de vários quilómetros (ao nível da faixa costeira e dos fundos marinhos), os detritos de origem humana que nunca se deveriam encontrar nas nossas praias, mas que vão sendo cada vez mais omnipresentes, numerosos e perigosos”, explica o Zoomarine em comunicado.

A operação, que se realizou pela primeira vez em 2017, vai ser realizada em troços que “variam entre cerca de meio quilómetro e quatro quilómetros nas praias escolhidas por cada um dos municípios parceiros”, explicou à Wilder Élio Vicente, director de relações externas do Zoomarine, parque aquático temático em Albufeira.

Na última edição, feita em seis praias de três concelhos, participaram cerca de 480 pessoas, que recolheram cerca de 2.500 quilos de lixo no mar e 600 a 700 quilos de resíduos na praia.

Operação Praia Limpa. Foto: Zoomarine/arquivo

Além da limpeza dos areais, a iniciativa vai decorrer ainda nos fundos marinhos da ilha da Culatra. Aqui, a limpeza subaquática estará a cargo da Marinha Portuguesa, com a participação de mergulhadores da Marinha, mergulhadores civis e de diversas entidades. Serão usados vários meios, como o navio da Marinha NRP Pégaso, uma embarcação de Fuzileiros. No âmbito da Autoridade Marítima Nacional participarão meios da Polícia Marítima e da Estação Salva-vidas de Olhão e outros meios da Capitania do Porto de Faro.

“É importante deixar claro que as praias do Algarve são das mais limpas do país, e as Bandeiras Azuis mostram isso mesmo”, disse Élio Vicente. “Esta não é uma acção de limpeza propriamente dita, é uma acção de cidadania e sensibilização. O que nós queremos é envolver as pessoas na protecção destes habitats naturais, recolhendo alguns resíduos que possam escapar, relacionados com marés, ventos e correntes.”

“As nossas praias não precisam de ser limpas, precisam de ser mantidas limpas.”

Élio Vicente espera que este ano possam aderir a esta operação entre 800 e 1.000 pessoas. Para quem estiver interessado em participar, tem até hoje para se inscrever aqui.

No local será oferecida fruta, água, luvas (não descartáveis), pinças, camaroeiros e sacos para a recolha do lixo.

Operação Praia Limpa. Foto: Zoomarine/arquivo

A Operação Praia Limpa faz parte do projecto e filosofia do Zoomarine Together we Protect (Juntos Protegemos). “É cada vez mais importante adoptar acções de conservação da natureza, de educação para a sustentabilidade e de mudança de hábitos e comportamentos que permitam apostar mais numa economia azul e, sobretudo, numa postura mais ética em relação a outras espécies que têm o azar de partilhar o mesmo tempo e o mesmo espaço com a espécie humana, que sabemos que é tão destruidora e às vezes tão pouco respeitadora”, explicou o responsável.

Esta posição, acrescentou, está “alinhada com os valores dos parques zoológicos progressistas que devem fazer programas de conservação in-situ e ex-situ e também envolver as populações e as pessoas nas mais variadas formas e dinâmicas sociais, profissionais e académicas para a proteção deste património natural que é comum a todos nós e que é importante que tornemos melhor para as próximas gerações”.

A Operação Praia Limpa tem como parceiros entidades como a Universidade do Algarve, que coordenará com o Zoomarine os voluntários que estarão nas praias; o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF); a Agência Portuguesa do Ambiente e a Algar que faz a gestão dos resíduos no Algarve e que disponibilizará os sacos e fará o processamento dos resíduos recolhidos e a sua contabilização por tipologias (vidros, plásticos indiferenciados e afins).

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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