Quatro espécies de abelhas, endémicas da Austrália, foram descobertas para a Ciência no âmbito do projecto “Bush Blitz”. Os resultados foram publicados na revista Zookeys.
As abelhas, importantes polinizadores, estão em declínio na Europa e nos Estados Unidos. Mas o seu estado de conservação na Austrália ainda está pouco estudado. Estima-se que um terço das espécies ainda seja desconhecida para a Ciência.
Agora, os especialistas em abelhas Katja Hogendoorn (da Universidade de Adelaide), Remko Leijs e Mark Stevens (do Museu Sul Australiano) descobriram quatro novas espécies, graças a uma nova base de dados que estão a criar, para tentar tornar as abelhas australianas mais acessíveis à comunidade científica. O seu estudo introduz uma nova base de dados, o AUSBS, que contém as sequências genéticas para que seja possível identificar as abelhas nativas do país. Mas não só.
“Os taxonomistas podem aceder e usar a informação molecular para responder a problemas específicos, como por exemplo, de que forma certas espécies estão relacionadas entre si ou se um macho ou fêmea pertencem à mesma espécie”, explicou Hogendoorn em comunicado. “E combinada com informação morfológica, esta base de dados molecular pode ajudar a identificar novas espécies”, acrescentou.
Para demonstrar a utilidade da base de dados, os investigadores conseguiram identificar e descrever quatro novas espécies do género Euhesma.
Até agora, o projecto inclui 271 sequências de 120 espécies, recolhidas durante os censos Bush Blitz, o maior projecto australiano de descoberta da natureza. Desde 2010 já descobriu mais de 900 espécies novas de plantas e animais naquele país.“Com cerca de 750 espécies de abelhas australianas ainda por descrever, e com muitos grupos a precisar de revisão, temos pela frente um trabalho enorme”, concluiu Hogendoorn.