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Estudo sobre migração das aves de rapina ganha prémio científico europeu

29.06.2015

O trabalho do investigador espanhol Fabrizio Sergio e da sua equipa, sobre a biologia migratória das aves de rapina, foi publicado na revista Nature em 2014 e agora ganhou o primeiro lugar do prémio Watson Raptor Science 2015.

 

Criado em 2011 em memória dos ornitólogos escoceses Donald e Jeff Watson, este galardão concede anualmente dois prémios aos melhores artigos científicos sobre ecologia de aves de rapina realizados na Europa e publicados em revistas científicas internacionais.

O primeiro lugar foi para a Fabrizio Sergio, biólogo na Estação Biológica de Doñana e investigador no CSIC (Conselho Superior espanhol de Investigações Científicas) e restante equipa. No estudo, os investigadores colocaram minúsculos transmissores via satélite em 92 milhafres-pretos (Milvus migrans) e seguiram-nos durante 364 viagens migratórias. “Pudemos comprovar como a capacidade para viajar entre a Europa, onde esta ave se reproduz, e África, onde passa os Invernos, melhora progressivamente com a idade, especialmente durante os primeiros sete anos de vida”, explicou o investigador num comunicado do CSIC.

“A melhoria das capacidades migratórias das aves ao longo da sua vida é o resultado da morte dos indivíduos com menores capacidades migratórias, que acabam por desaparecer da população”, acrescentou. Um milhafre-real pode viver até aos 27 anos de idade.

Além disso, o estudo concluiu que os milhafres mais jovens, com um a seis anos, “mostram-se menos capazes de enfrentar as condições ambientais adversas do que os indivíduos com mais idade”.

Sergio vai receber o prémio em Setembro na cidade escocesa de Dalry.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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