O trabalho do investigador espanhol Fabrizio Sergio e da sua equipa, sobre a biologia migratória das aves de rapina, foi publicado na revista Nature em 2014 e agora ganhou o primeiro lugar do prémio Watson Raptor Science 2015.
Criado em 2011 em memória dos ornitólogos escoceses Donald e Jeff Watson, este galardão concede anualmente dois prémios aos melhores artigos científicos sobre ecologia de aves de rapina realizados na Europa e publicados em revistas científicas internacionais.
O primeiro lugar foi para a Fabrizio Sergio, biólogo na Estação Biológica de Doñana e investigador no CSIC (Conselho Superior espanhol de Investigações Científicas) e restante equipa. No estudo, os investigadores colocaram minúsculos transmissores via satélite em 92 milhafres-pretos (Milvus migrans) e seguiram-nos durante 364 viagens migratórias. “Pudemos comprovar como a capacidade para viajar entre a Europa, onde esta ave se reproduz, e África, onde passa os Invernos, melhora progressivamente com a idade, especialmente durante os primeiros sete anos de vida”, explicou o investigador num comunicado do CSIC.
“A melhoria das capacidades migratórias das aves ao longo da sua vida é o resultado da morte dos indivíduos com menores capacidades migratórias, que acabam por desaparecer da população”, acrescentou. Um milhafre-real pode viver até aos 27 anos de idade.
Além disso, o estudo concluiu que os milhafres mais jovens, com um a seis anos, “mostram-se menos capazes de enfrentar as condições ambientais adversas do que os indivíduos com mais idade”.
Sergio vai receber o prémio em Setembro na cidade escocesa de Dalry.