De 4 a 11 de Junho foram contados 655 ninhos de cagarra na ilha da Berlenga e em seis ilhéus, num censo realizado à população nidificante desta ave marinha no âmbito do projecto LIFE Berlengas (2014-2018).
Dois técnicos da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (Spea), três estagiários e um voluntário percorreram a ilha da Berlenga e os ilhéus Cerro da Velha, Estela Grande, Farilhão Grande, Farilhão da Cova, Farilhão do Nordeste e Rabo d’asno.
As maiores colónias foram encontradas no Farilhão Grande e na ilha da Berlenga, com 324 e 234 ninhos, respetivamente, segundo um comunicado da Spea. No entanto, a associação acredita que algumas zonas onde se encontram as principais colónia não foram prospetadas. “Alguns dos ilhéus não foram visitados devido à impossibilidade de desembarque”, acrescenta.
A equipa do LIFE Berlengas aproveitou a viagem e fez também a monitorização da população de rato-preto, monitorização de galheta (neste momento praticamente todos os juvenis já deixaram o ninho) e a recolha de semente de arméria das berlengas e de angélica.
O último censo completo da população reprodutora de cagarra (Calonectris diomedea) do arquipélago das Berlengas foi realizado há quatro anos. Em 2005, a população nidificante foi estimada em 700-800 casais, segundo o livro “Aves de Portugal”.
A cagarra está classificada como Vulnerável no Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, por causa da sua população reduzida e por estar concentrada numa única localização (ilhas Berlengas), com uma área de ocupação muito restrita.