As autoridades da China retiraram as escamas de pangolim da lista de remédios tradicionais chineses, aumentando os sinais de esperança para estes mamíferos ameaçados.
Segundo a BBC, a decisão foi noticiada pelo jornal China Health Times e surge depois de o governo chinês ter aumentado o estatuto de protecção desta espécie para o nível mais alto, na semana passada. O pangolim é considerado o animal mais traficado em todo o mundo.
Todas as oito espécies de pangolins registadas na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza estão hoje ameaçadas e são protegidas pelas leis internacionais. Três das quatro espécies nativas asiáticas estão Criticamente em Perigo, o último degrau antes da extinção na natureza – incluindo o pangolim-chinês (Manis pentadactyla).
As escamas que cobrem o corpo destes animais e os protegem dos predadores são muito procuradas pela medicina tradicional chinesa e a carne de pangolim é considerada uma iguaria.
Feitas as contas, de acordo com o The Guardian, todos os anos são consumidos cerca de 200.000 pangolins na China devido às escamas e por causa da carne. Mais de 130 toneladas de escamas e de pangolins vivos e mortos foram resgatados durante tentativas de tráfico em 2019.
Devido à pandemia, as autoridades chinesas já tinham proibido o consumo de animais selvagens para alimentação, mas mantêm algumas excepções, como é o caso da prática de medicina.
“Estou muito encorajado”, disse o secretário-geral da Fundação para a Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Verde da China, Zhou Jinfeng, que segundo o jornal britânico tem lutado para uma melhor protecção dos pangolins. “O nossos esforços continuados ao longo de vários anos não foram em vão”.