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Foto: LIFE Lynx

UE distingue projeto de conservação do lince na Eslovénia e Croácia

12.06.2025

O projeto LIFE Lynx, que conseguiu reverter o declínio do lince alpino na Eslovénia e Croácia, foi distinguido pela Comissão Europeia nos prémios LIFE 2025.

A iniciativa que venceu o prémio LIFE Award for Nature conseguiu reunir conservacionistas, caçadores e comunidades locais para reverter o declínio do lince alpino nos Alpes Dináricos, tanto na Eslovénia como na Croácia.

Foto: LIFE Lynx

O LIFE Lynx (2017-2024) – no qual participaram a Eslovénia, Croácia, Itália, Eslováquia e Roménia – venceu também o prémio LIFE Citizen’s Prize, atribuído ao projeto que recebeu mais votos do público numa votação online.

A população de lince na região dos Alpes Dináricos estava em risco de extinção por causa da consanguinidade e de um grave declínio populacional. “Sem uma acção urgente, esta espécie icónica poderia ter desaparecido daquela região”, segundo os responsáveis pelo projeto.

O LIFE Lynx apostou na transferência de linces dos Cárpatos (Eslováquia e Roménia) para restaurar a diversidade genética da população.

Além disso, sensibilizou e envolveu as comunidades locais na sua conservação, chamando a atenção para o papel do lince nos ecossistemas. “Agora, a população está a estabilizar e o projeto tornou-se um modelo para a recuperação transfronteiriça de espécies na Europa.”

Foto: LIFE Lynx

Hoje existem quatro espécies de linces: o lince-euroasiático (Lynx lynx), o lince-ibérico (Lynx pardinus), o lince-do-canadá (Lynx canadensis) e o lince-vermelho (Lynx rufus). Na Europa vivem duas delas, o lince-eurasiático e o lince-ibérico. O lince-euroasiático é aquela que vive na Eslovénia, Croácia, Itália, Eslováquia e Roménia.

Os prémios LIFE 2025 estiveram outros dois projetos finalistas nesta categoria: o LIFEraisedbogs – que restaurou mais de 900 hectares de turfeiras na Dinamarca – e o LIFE living Natura 2000, que promoveu a Rede Natura 2000 na Alemanha.

Portugal foi distinguido por ter participado no projeto LIFE DESERT-ADAPT, ao lado da Itália e Espanha. Este projeto teve como objectivo travar a desertificação através da melhoria da saúde do solo, do reforço da retenção da água e da resiliência dos ecossistemas. Portugal esteve representado pela Associação de Defesa do Património de Mértola.

Os prémios LIFE celebram os projetos que mais se destacaram em três categorias: natureza, economia circular e qualidade de vida e acção climática.

Desde 1992, o programa LIFE já financiou mais de 6.000 iniciativas de protecção do ambiente e acção climática. Para o período de 2021-2027 tem um orçamento disponível de 5.400 milhões de euros.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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