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Urso-pardo. Foto: Thomas Wilken/Pixabay

Registadas 73 crias de urso-pardo na Cordilheira Cantábrica

04.09.2018

Em 2017, o censo anual às duas sub-populações de urso-pardo na Cordilheira Cantábrica registou 41 fêmeas e 73 crias, segundo os resultados apresentados recentemente pela Fundação Urso Pardo (FOP).

 

Estes números representam um aumento de uma fêmea e seis crias em relação ao censo anterior, de 2016 (com 40 fêmeas e 67 crias).

Do total, 35 fêmeas e 64 crias vivem na sub-população ocidental e seis fêmeas e nove crias vivem na sub-população oriental.

Todos os anos, equipas técnicas das comunidades autonómicas, da Fundación Oso Pardo, de outras entidades conservacionistas e voluntários saem para o campo à procura de indícios e recolhem vídeos e fotografias para saber quantas fêmeas e quantas crias vivem na região.

Os resultados do censo foram apresentados no final de Julho em Oviedo pelos responsáveis de conservação de três das quatro comunidades autonómicas que coordenam o censo (Castela e Leão, Astúrias e Cantábria).

A Fundação salienta que se “confirma a tendência positiva para a população geral de ursos na Cordilheira Cantábrica”, tendo em conta a evolução dos dados nos últimos censos.

“Na sub-população oriental, com o mesmo número de fêmeas (seis) que em 2016 e 2015, mantém-se estável a população mais pequena e ameaçada, cuja distribuição continua a ocupar toda a Montaña Palentina e as áreas da Cantábria até aos bosques perto da autoestrada Cantábria-Meseta (A-7)”, escreve a Fundação em comunicado.

No total, a população de urso-pardo da Cordilheira Cantábrica varia entre os 260 e os 270 animais.

O urso-pardo foi declarada espécie Em Perigo de extinção em Espanha em 1989. Hoje distribui-se por quatro comunidades autonómicas – Principado das Astúrias, Cantábria, Castela e Leão e Galiza – em duas populações diferenciadas.

Segundo a Fundação Urso das Astúrias, estes dois núcleos estão separados geograficamente por 50 quilómetros, mas sabe-se que há um reduzido intercâmbio de exemplares. “A consolidação deste corredor interpopulacional que facilite a ligação de ambas as populações é considerada vital para a conservação da espécie”, conclui esta fundação.

Por enquanto, salientou a FOP, continua por acontecer a expansão das fêmeas reprodutoras para lá da N-621 (entre Riaño e o porto de S. Glorio, em Leão) até ocidente, “onde os bosques de Mampodre e Sajambre (Leão), ou os de Ponga e Redes (Astúrias) representam um habitat muito favorável”.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais sobre o urso-pardo.

O urso-pardo mede entre metro e meio e dois metros. Os machos podem pesar entre 80 e 240 quilos e as fêmeas entre 65 e 170 quilos.

A população mundial de urso-pardo está estimada em cerca de 200.000 animais. A Rússia tem as maiores populações (estimadas em 120.000 ursos), seguida dos Estados Unidos (32.200, dos quais 31.000 no Alasca) e Canadá (25.000). Há ainda ursos na China e no Japão.

Na Europa, excluindo a Rússia, calcula-se que existam cerca de 14.000 ursos. No Sul da Europa, esta é uma espécie Em Perigo de extinção, com populações pequenas na Grécia, Cordilheira Cantábrica, Abruzzo, Trentino e Pirinéus.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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