Cerca de 49 hectares da Serra do Açor, paisagem protegida dos concelhos de Pampilhosa da Serra e de Arganil, serão plantados com espécies autóctones em 2022 e 2023, no âmbito de um projecto de regeneração que começou em Setembro.
A serra do Açor -situada na Cordilheira Central, entre a Serra da Lousã e a Serra da Estrela – está a ser alvo de um projecto de regeneração para recuperar a natureza nesta Paisagem Protegida e para prevenir futuros incêndios.
“No final de Setembro iniciaram-se ações de regeneração da Paisagem Protegida da Serra do Açor cujo desenvolvimento ganhou ritmo renovado e se estenderá durante próximos três anos”, informa o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) em comunicado.
Estas operações incluem a limpeza moto-manual de matos e silvados (área prevista de 64ha) e a limpeza da vegetação arbórea e arbustiva queimada e de espécies exóticas/invasoras dispersas (46ha).
Segundo aquele instituto haverá ainda o controlo da proliferação de eucaliptos (Eucalyptus sp.) e de acácias (Acacia dealbata) em cerca de 13 hectares e a execução de faixas de gestão de combustíveis (14,5ha).
Para 2022 e 2023 está prevista a rearborização com espécies autóctones (em cerca de 49ha), provenientes do viveiro da Senhora da Graça, no Sabugal. Este viveiro, gerido pelo ICNF e pela Quercus, produz espécies como o carvalho negral, o teixo, o medronheiro e o azevinho.
“Tal envolve já plantas germinadas a partir de sementes colhidas na própria Mata da Margaraça, com o objetivo de reforçar a regeneração natural ocorrida após o incêndio” de 2017.
Já está contratada uma equipa do Corpo Nacional de Agentes Florestais (CNAF) e adquirida uma viatura e respetivo equipamento. “Foram também já concluídos os procedimentos de aquisição de diversos equipamentos e materiais (GPS, computador, brocadora, fatores de produção de plantas autóctones em viveiro), painéis informativos, sinalética e sistema de contagem de visitantes.”
Desde o início do projeto decorreram ações de controlo de acácia (Acacia dealbata), de plantações de espécies autóctones, limpeza de acessos, de matos e madeira queimada na Mata da Margaraça.
Este plano de regeneração da Serra do Açor procura actuar “na valorização, proteção e recuperação de habitats naturais, na recuperação de ecossistemas degradados por impactes severos, na prevenção da propagação de doenças e pragas. Não menos importante procura contribuir para a prevenção de novos incêndios e da erosão do solo”, explica o ICNF.
As acções fazem parte do projeto de recuperação das áreas ardidas em 2017.