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Foto: Joana Bourgard

Portugal junta-se a aliança internacional para a protecção dos polinizadores

24.06.2020

A adesão de Portugal foi anunciada no âmbito da semana dos polinizadores (“#PollinatorWeek”), que se celebra de 22 a 28 de Junho.

 

A declaração que oficializa a entrada de Portugal na aliança “Promote Pollinators” (“Promover os Polinizadores”, em português”)  foi assinada em Maio por Helena Freitas, responsável pela ligação entre Portugal e o painel da ONU para a Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas (IPBES) e também coordenadora do FCE – Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra.

Esta aliança internacional foi estabelecida em Dezembro de 2016, como resultado das deliberações aprovadas na 13ª conferência da Convenção para a Diversidade Biológica, realizada no México. Durante o encontro, 14 países decidiram juntar-se e colaborar entre si para protegerem os polinizadores e os seus habitats, incluindo Espanha, Áustria, Reino Unido, Holanda e Dinamarca.

A iniciativa surgiu como resposta a um aviso sério que tinha sido lançado em Fevereiro desse mesmo ano pela ONU, com base na primeira avaliação mundial sobre a saúde deste grupo de espécies: mais de 16% dos polinizadores vertebrados e mais de 40% dos invertebrados – especialmente abelhas e borboletas – estão ameaçados de extinção no planeta.

Estas espécies são essenciais para a sobrevivência da maioria das plantas, que dependem da polinização. Quase 90% das espécies de plantas silvestres que dão flor, com papéis muito importantes em diferentes ecossistemas, precisam de polinizadores como as abelhas para transferirem os grãos de pólen e assim assegurarem a sua reprodução sexual.

 

Abelhão. Foto: Joana Bourgard

 

Desde 2017, outros 12 países juntaram-se à iniciativa, além da União Europeia e agora de Portugal. Os novos membros têm de assinar uma declaração e são obrigados a assumir vários compromissos e a desenvolver uma estratégia nacional para a protecção dos polinizadores, para ajudarem na conservação destas espécies e dos seus habitats.

 

O que vai acontecer agora?

O Governo ainda não avançou com uma iniciativa específica dirigida à conservação nesta área, mas “através do IPBES, estão a ser encorajados os primeiros passos para aprofundar a investigação, avaliar e monitorizar os polinizadores e a polinização e aumentar o grau de atenção e a transferência de conhecimentos nesta área”, adiantam os responsáveis portugueses pela adesão à aliança, numa nota publicada.

Para já, projectos como a Lista Vermelha dos Invertebrados de Portugal e a iniciativa de ciência cidadã Polinizadores de Portugal estão a contribuir para aumentar o conhecimento sobre estas espécies no país, exemplificam.

O próximo passo será delinear uma Iniciativa Portuguesa para os Polinizadores, um processo liderado pela responsável pelos contactos com o IPBES, Helena Freitas, em parceria com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.

“Esperamos que, tal como aconteceu com outros países depois de se juntarem à iniciativa “Promover os Polinizadores”, Portugal tome mais passos para proteger os polinizadores e os seus habitats, desenvolvendo uma estratégia nacional com um roteiro de iniciativas prioritárias”, indica também a mesma nota.

Para já, estão definidas cinco prioridades para o futuro documento: estabelecer informação base e esquemas de monitorização para avaliar o estatuto e tendências dos polinizadores, avaliar os serviços de ecossistema da polinização numa escala nacional, promover soluções amigas destas espécies e orientações para a avaliação dos polinizadores selvagens, aumentar a atenção e formação de cidadãos e partes interessadas sobre a importância deste grupo e incluir nas políticas públicas uma gestão sustentável neste domínio.

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez.

Saiba o que pode fazer para ajudar os insectos polinizadores e conheça 10 espécies comuns de polinizadores em Portugal.

 

 

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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