Esta semana, os técnicos do Iberlince encontraram mais três crias de lince-ibérico no Vale de Matachel, aumentando assim para 10 o número destes animais nascidos em 2016 na Extremadura espanhola.
Duas das crias encontradas agora são filhas de Kodiac. Estes animais “não foram encontrados antes porque esta foi uma gravidez fora do ciclo ‘habitual’ da espécie”, explicam os técnicos do projecto Iberlince em comunicado. Neste caso, a gravidez e o parto aconteceram mais tarde.
A outra cria é a quarta da ninhada de Kakapo e foi descoberta um mês depois da confirmação dos seus três irmãos. Kakapo é uma fêmea que nasceu no Centro Nacional de Reprodução do Lince-Ibérico (CNRLI), em Silves, em 2013, e foi libertada em Vale de Matachel em 2014.
“Às vezes é complicado confirmar o número exacto das crias de lince de uma ninhada”, explica o projecto Iberlince. “A observação por parte dos técnicos faz-se a uma grande distância e da maneira menos intrusiva para não perturbar nem a fêmea nem as crias.” Além disso, “a orografia do terreno dificulta muito a observação e possibilita que um ou outro animal esteja camuflado na vegetação ou em alguma cavidade”.
Com estes três linces, o número de crias nascidas este ano em liberdade no Vale de Matachel – Valdecigueñas, a única zona de reintrodução da espécie na Extremadura espanhola, subiu para 10. São três as fêmeas reprodutoras, duas nascidas no CNRLI e uma no centro de reprodução El Acebuche, em Doñana (Andaluzia). Perante a descoberta de mais três crias, os conservacionistas dizem-se “esperançosos” quanto à “continuidade da espécie na Estremadura”.
Como parte do projecto de conservação do lince-ibérico (Lynx pardinus), as reintroduções começaram em 2012 na Andaluzia e, em 2014, estenderam-se a outras regiões da Península Ibérica, nomeadamente ao Parque Natural do Vale do Guadiana, a Extremadura (Vale de Matachel) e a Castela-La Mancha (Serra Morena Oriental e Montes de Toledo).
Em Portugal, no Parque Natural do Vale do Guadiana, são conhecidas duas ninhadas, uma de Lagunilla e outra de Jacarandá. E em Castela-La Mancha são conhecidas pelo menos cinco ninhadas.