Mais de 100 espécies marinhas que serão novas para a Ciência foram descobertas por cientistas da Academia das Ciências da Califórnia, em São Francisco, numa expedição de sete semanas nos mares das Filipinas, revela hoje aquela instituição, no Dia Mundial dos Oceanos.
Ao longo das sete semanas de expedição, financiada pela Fundação Nacional para a Ciência nos Estados Unidos, cientistas recolheram inúmeros espécimes marinhos, incluindo espécies novas e raras de lesmas-do-mar coloridas e ouriços-do-mar. Os próximos meses serão dedicados ao estudo destas espécies.
“As Filipinas estão cheias de espécies muito diferentes e ameaçadas”, diz Terry Gosliner, curador da colecção de Invertebrados da Academia de Ciências da Califórnia e investigador principal da expedição. “Aquela é uma das regiões de biodiversidade mais maravilhosas da Terra.”
Até agora, os mares das Filipinas têm sido pouco estudados. Ao longo dos anos, aquela instituição tem-se dedicado a reverter a situação, criando listas de espécies e mapas de distribuição, graças às expedições de 2011 e 2014.
Este ano, a expedição levou os cientistas a uma região chamada Passagem da ilha Verde, entre as ilhas de Luzon e Mindoro. Os investigadores mergulharam em águas pouco profundas mas também até aos 152 metros de profundidade.
Um dos pontos altos da expedição foi um local perto de Puerto Galera, considerado um oásis para os especialistas em lesmas-do-mar à procura de novas espécies. Gosliner e a sua equipa descobriram mais de 40 novas variedades de nudibrânquios, muitas delas naquele local.
“Esta zona de corais estava tapada por nudibrânquios coloridos”, diz Gosliner. Este cientista acredita que a maioria das lesmas-do-mar que viu serão novas para a Ciência. “Já mergulho há 50 anos e este foi um dos mergulhos científicos mais entusiasmantes que alguma vez fiz.”
Rich Mooi, curador daquela academia, já sabia que as Filipinas eram um local especial para a investigação em ouriços-do-mar. Mas admitiu ter ficado maravilhado ao encontrar uma nova espécie de ouriço com espinhos rosa-esbranquiçados, “como seda”. Os investigadores relacionaram esta descoberta com o Prenaster genus, uma espécie que viveu no fundo marinho há cerca de 50 milhões de anos.
“É muito importante preenchermos as lacunas no conhecimento sobre a vida nas Filipinas. Nunca sabemos quando iremos descobrir um fóssil vivo entre os corais”, disse Rich Mooi. “Queremos trabalhar com as comunidades das Filipinas e com a comunidade científica global para ajudar a manter estes ambientes únicos para as gerações futuras.”
Nos próximos meses, as descobertas serão confirmada e descritas através de sequenciação de ADN e outras ferramentas científicas.