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Chelidonura alexisi. © California Academy of Sciences

Novas espécies de lesmas e ouriços do mar encontradas nas Filipinas

08.06.2015

Mais de 100 espécies marinhas que serão novas para a Ciência foram descobertas por cientistas da Academia das Ciências da Califórnia, em São Francisco, numa expedição de sete semanas nos mares das Filipinas, revela hoje aquela instituição, no Dia Mundial dos Oceanos.

 

Ao longo das sete semanas de expedição, financiada pela Fundação Nacional para a Ciência nos Estados Unidos, cientistas recolheram inúmeros espécimes marinhos, incluindo espécies novas e raras de lesmas-do-mar coloridas e ouriços-do-mar. Os próximos meses serão dedicados ao estudo destas espécies.

“As Filipinas estão cheias de espécies muito diferentes e ameaçadas”, diz Terry Gosliner, curador da colecção de Invertebrados da Academia de Ciências da Califórnia e investigador principal da expedição. “Aquela é uma das regiões de biodiversidade mais maravilhosas da Terra.”

 

© Rich Mooi and California Academy of Sciences
© Rich Mooi and California Academy of
Sciences

 

Até agora, os mares das Filipinas têm sido pouco estudados. Ao longo dos anos, aquela instituição tem-se dedicado a reverter a situação, criando listas de espécies e mapas de distribuição, graças às expedições de 2011 e 2014.

Este ano, a expedição levou os cientistas a uma região chamada Passagem da ilha Verde, entre as ilhas de Luzon e Mindoro. Os investigadores mergulharam em águas pouco profundas mas também até aos 152 metros de profundidade.

Um dos pontos altos da expedição foi um local perto de Puerto Galera, considerado um oásis para os especialistas em lesmas-do-mar à procura de novas espécies. Gosliner e a sua equipa descobriram mais de 40 novas variedades de nudibrânquios, muitas delas naquele local.

 

Tunicates. © Gary Williams and the California Academy of Sciences
Tunicates. © Gary Williams and the California Academy of
Sciences

 

“Esta zona de corais estava tapada por nudibrânquios coloridos”, diz Gosliner. Este cientista acredita que a maioria das lesmas-do-mar que viu serão novas para a Ciência. “Já mergulho há 50 anos e este foi um dos mergulhos científicos mais entusiasmantes que alguma vez fiz.”

Rich Mooi, curador daquela academia, já sabia que as Filipinas eram um local especial para a investigação em ouriços-do-mar. Mas admitiu ter ficado maravilhado ao encontrar uma nova espécie de ouriço com espinhos rosa-esbranquiçados, “como seda”. Os investigadores relacionaram esta descoberta com o Prenaster genus, uma espécie que viveu no fundo marinho há cerca de 50 milhões de anos.

 

Prenaster composite. © Rich Mooi and the California Academy of Sciences
Prenaster composite. © Rich Mooi and the California Academy
of Sciences

 

“É muito importante preenchermos as lacunas no conhecimento sobre a vida nas Filipinas. Nunca sabemos quando iremos descobrir um fóssil vivo entre os corais”, disse Rich Mooi. “Queremos trabalhar com as comunidades das Filipinas e com a comunidade científica global para ajudar a manter estes ambientes únicos para as gerações futuras.”

Nos próximos meses, as descobertas serão confirmada e descritas através de sequenciação de ADN e outras ferramentas científicas.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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