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Nasceu um pinguim-de-Magalhães no Oceanário de Lisboa

02.10.2020

A cria desta espécie “Quase Ameaçada” nasceu a 18 de Maio e os seus progenitores, com cerca de 30 anos de idade, vivem no Oceanário de Lisboa desde 1998.

O novo pinguim-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus), um macho, é filho do Buzzard e da Joy, um casal de pinguins que, desde 1998, todos os anos faz ninho no habitat do Antártico.

A cria chama-se Zazu, nome escolhido pelos seguidores do Oceanário de Lisboa, através de votação nas redes sociais. A sua penugem juvenil é ainda acinzentada e beje, que contrasta com o resto da colónia, toda a preto e branco.

Zazu nasceu com apenas 90 gramas, mas ao fim de duas semanas já pesava mais de 1 quilograma, segundo um comunicado do Oceanário de Lisboa divulgado esta semana.

Zazu com um dia de vida

Permaneceu oito semanas sob cuidados parentais e abandonou o ninho com 3,5 quilogramas. Regressou, em Setembro, ao habitat do Antártico, após três semanas de habituação à presença humana e preparação para integrar a colónia com cerca de 30 indivíduos.

Segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), o pinguim-de-Magalhães tem o estatuto de conservação Quase ameaçado.

A cria com 10 dias de vida

O pinguim-de-Magalhães vive no mar, nos oceanos Pacífico e Atlântico, na zona costeira, onde acompanha a migração do seu alimento de eleição: a anchova.

“Na época de reprodução, de Setembro a Abril, dirige-se a terra para nidificar. Quando forma um casal, que é mantido para a vida, põe dois ovos que, ao contrário de outros pinguins, são ambos incubados pelos progenitores. Faz ninhos em buracos forrados com penas e paus, que protegem os pintos do vento e chuva fria”, segundo o Oceanário.

Núria Baylina, curadora e directora de Conservação do Oceanário de Lisboa, explica que “os pais deste pinguim são um dos casais mais antigos da colónia”.

Pinguim com 14 dias de vida

“Alguns dos animais nascidos no Oceanário mantêm-se na colónia mas outros fazem parte de colónias noutros aquários e zoos europeus. Estas movimentações de animais são importantes para a manutenção da variabilidade genética dentro das colónias e no conjunto da população presente nas instituições europeias.”  

Pinguim com 18 dias de vida

O Buzzard e a Joy já tiveram nestes 30 anos vários pintos. Alguns fazem parte da colónia do Oceanário de Lisboa e outros foram cedidos a outras instituições parceiras, num trabalho coordenado de gestão de populações.

Cria com 40 dias de vida

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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