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Foto: Programa de Conservação Ex-situ do Lince Ibérico

Nasceu o primeiro lince-ibérico da temporada no centro andaluz de La Olivilla

24.03.2020

A lince Coscoja deu à luz uma cria na noite de 21 de Março no Centro de Reprodução do Lince-ibérico de La Olivilla, em Jaén (Andaluzia, Espanha), foi ontem revelado pela Junta andaluza.

 

A cria resulta do emparelhamento de Coscoja com o macho Plumón. O parto “decorreu com total normalidade” e a progenitora está a cuidar bem da cria, revelou a Junta da Andaluzia em comunicado.

O facto de ter nascido apenas uma cria explica-se com a idade de Coscoja, com 14 anos, segundo os técnicos do centro, já que é normal o tamanho das ninhadas ir diminuindo à medida que aumenta a idade das fêmeas.

Na verdade, Coscoja é uma das primeiras fêmeas que integraram o programa de reprodução em cativeiro no Centro de La Olivilla. Vinda do campo, chegou a este centro com poucos meses de vida, depois da inauguração das instalações em Janeiro de 2007.

Depois deste primeiro nascimento, já houve um segundo parto em La Olivilla, no domingo, dia 22 de Março. A fêmea Cynara deu à luz fora das caixas parideiras, numa zona do centro que fica fora do campo de visão das câmaras de vigilância. Por isso ainda não se sabe quantas crias terão nascido.

As vocalizações das crias são a única referência para os técnicos perceberem que a ninhada está bem.

Cynara também é uma das fêmeas veteranas de La Olivilla. Vinda do Centro de Reprodução de El Acebuche (Doñana), este lince foi o primeiro criado a biberão pelos funcionários do programa de reprodução em cativeiro, depois da sua mãe Esperanza a ter abandonado depois do parto.

Desde a sua abertura em 2007 até hoje já nasceram 122 linces em La Olivilla, 95 dos quais superaram os três meses de vida. Destes, 58 foram reintroduzidos na natureza.

A 22 de Março de 2009 nasceram os primeiros lince neste centro, Fan e Foco, filhos de Dama. Esta ninhada foi, além disso, a primeira fruto da união de dois linces nascidos em cativeiro.

Este ano deverão nascer entre 37 e 45 crias de lince-ibérico nos cinco centros de reprodução em Portugal e Espanha, segundo o Programa de Conservação Ex-situ dedicado a esta espécie Em Perigo de extinção.

Este ano há 26 casais reprodutores nos cinco centros onde se faz reprodução do lince-ibérico em cativeiro: oito em La Olivilla, seis no Centro Nacional de Reprodução do Lince-ibérico (CNRLI) em Silves, seis em El Acebuche (Doñana), cinco em Zarza de Granadilla e um no Zoo de Jerez.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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