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Morre atropelado na Andaluzia lince-ibérico nascido em Silves

20.03.2023
Lince-ibérico. Foto: Programa de Conservação Ex-Situ

Uma fêmea de lince-ibérico (Lynx pardinus) foi encontrada atropelada na A-308 na Sierra Arana, na Andaluzia. Trata-se de Tamara, um animal nascido no CNRLI, em Silves, e reintroduzido no início deste mês na Andaluzia.

O cadáver do lince atropelado foi encontrado a 16 de Março na A-308 por uma equipa de seguimento do Plano de Recuperação do Lince-ibérico, de acordo com a agência espanhola de notícias EFE.

Tamara nasceu em 2022 no Centro Nacional de Reprodução do Lince-ibérico, em Silves, o único centro português de uma rede ibérica.

Juntamente com Toronja e Tritão, também eles nascidos em Silves, Tamara tinha sido reintroduzida na Sierra Arana, mais concretamente em Iznalloz (Granada) a 3 de Março passado, para coincidir com o Dia Mundial da Vida Selvagem. Curiosamente, Tritão foi o lince número 100 nascido no CNRLI e reintroduzido na natureza.

A reintrodução destes animais surge no âmbito do projecto LIFE LynxConnect, que tem como objectivo conseguir uma população auto-sustentável a nível ibérico e geneticamente viável dentro de cinco anos. Murcia e a Sierra Arana estão a trabalhar para se tornarem duas novas áreas de reintrodução desta espécie de felino. Até agora já foram libertados na Sierra Arana 14 linces, algo considerado “sem precedentes” por Juan Ramón Pérez, director-geral de Política Florestal e Biodiversidade da Junta de Andaluzia, dado que esta espécie estava desaparecida da zona há 40 anos.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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