Mais de 560.000 caranguejos-eremita morreram nas ilhas Cocos, no Oceano Índico e na ilha Henderson, no Oceano Pacífico, porque ficaram presos em lixo plástico, revela um novo estudo.
Uma equipa do Instituto para os Estudos Marinhos e Antárcticos (IMAS), da Universidade da Tasmânia, publicou mais esta prova do impacto dos plásticos na biodiversidade num artigo da revista Journal of Hazardous Materials.
Estes mesmos investigadores já tinham alertado que as ilhas Cocos e Henderson estavam cobertas com milhões de bocados de plásticos.
Agora, este estudo descobriu que as pilhas de plásticos que se acumulam nas praias criam uma barreira física e uma série de armadilhas mortais para aqueles caranguejos.
“Quando estávamos a monitorizar o lixo nas ilhas fiquei estupefacta com a quantidade de recipientes de plástico que continham caranguejos-eremita, tanto mortos como vivos”, contou, em comunicado, Jennifer Lavers, investigadora do IMAS e coordenadora do estudo.
Perante este cenário, a equipa decidiu estudar quantos recipientes existiam nas praias, quantos estavam abertos, quantos poderiam ser uma armadilha para estes animais e quantos continham caranguejos presos.
“As nossas estimativas mostram que mais de 500.000 caranguejos-eremitas morreram por terem ficado presos em recipientes nas ilhas Cocos e 60.000 na ilha Henderson”, acrescentou Jennifer Lavers.
A investigadora lembra que “é inevitável estas criaturas interagirem e serem afectadas pela poluição por plásticos”.
Na verdade, este tipo de poluição é um problema em todo o mundo e as implicações para os ecossistemas e vida selvagem são globais.
“Elevadas concentrações de detritos estão a ser encontradas nas praias de todo o mundo, muitas das quais são a casa de caranguejos-eremita.” Estes animais “têm um papel crucial na saúde dos ambientes tropicais porque fertilizam o solo, dispersam sementes e removem detritos, além de serem parte vital no ecossistema marinho”, sublinhou Jennifer Lavers.