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Cria de abutre-preto no solo para marcação e recolha de amostras biológicas pela equipa de projeto. Foto: Fábio Moreira / CM Moura

Marcadas três novas crias de abutres-pretos no Alentejo

17.07.2024

No dia 8 de Julho foram marcadas três novas crias de abutre-preto da colónia reprodutora na Herdade da Contenda, concelho de Moura, no âmbito do projeto LIFE Aegypius Return.

Os pequenos abutres, com uma idade média de 85 dias, têm vindo a ser monitorizados pela Liga para a Protecção da Natureza (LPN).

“A marcação de abutres-pretos, realizada no âmbito do projeto LIFE Aegypius Return, é uma operação complexa e requer a presença de técnicos especializados, habilitados na subida aos ninhos, na marcação dos indivíduos e na recolha de amostras biológicas”, explicou a LPN em comunicado.

“Os abutres apresentavam uma boa condição corporal e um peso indicado para a idade.” Os resultados das análises efetuadas entretanto indicam que as estas três crias são do sexo masculino.

Além da anilhagem, foi ainda colocado um emissor GPS/GSM para monitorização de movimentos.

Brevemente será lançado no site da Herdade da Contenda o processo de votação para atribuição de nomes aos abutres nascidos em 2024.

O abutre-preto (Aegypius monachus) é a maior ave de rapina da Europa, podendo atingir os três metros de envergadura de asa. 

Cria no solo para marcação e recolha de amostras biológicas pela equipa de projeto. Foto: Fábio Moreira / CM Moura

Este mês, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) anunciou a descoberta de um novo núcleo populacional do maior abutre da Europa, na região do Alentejo. A nova colónia de abutres-pretos, formada por 10 aves adultas, foi identificada na Herdade do Monte da Ribeira, no concelho alentejano da Vidigueira.

Desde a publicação da nova Lista Vermelha das Aves de Portugal Continental, o abutre-preto é uma espécie com estatuto Em Perigo de extinção, mas que durante quase 20 anos esteve Criticamente em Perigo, o grau mais elevado de ameaça. É também considerado uma espécie de interesse comunitário e prioritária no contexto da legislação europeia, no âmbito da Diretiva Aves.

Em vigor de 2022 a 2027, o LIFE Aegypius Return, projeto co-financiado pelo programa europeu LIFE, tem como objetivo melhorar e acelerar a recolonização natural do território por esta espécie.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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