Luís Quinta, fotógrafo de vida selvagem português, recorda o legado de Peter Beard, fotógrafo norte-americano de vida selvagem encontrado morto aos 82 anos de idade.
Frequentava o meu curso de fotografia avançada em 1989 quando observei com detalhe o trabalho do Peter Beard.
O facto de fotografar a natureza foi logo um motivo de atração. Mas, mais do que isso, atraiu-me o cruzamento das imagens com outras temáticas, como a conservação, o lifestyle e os cadernos de campo.
Peter Beard passou a ser uma referência como fotógrafo/artista ao logo de toda a minha vida. Sempre que podia ia vendo e comprando revistas, livros e outras publicações suas.
Em meados da década de 90 tive a oportunidade de ver uma grande exposição dele em Nova Iorque, com os seus quadros e instalações enormes. Foi de tal forma inspirador que visitei a exposição duas vezes de forma demorada na semana que ali estive.
Também os seus textos eram inspiradores e alimentavam sonhos sobre a vida em comunhão com o mundo natural.
Peter Beard viveu África intensamente, testemunhou e partilhou a abundância daquelas terras maravilhosas durante muitos anos.
Este fotógrafo assistiu de perto à devastação daqueles territórios e à redução de inúmeras populações de várias espécies (com destaque para os elefantes). Acompanhou as rápidas mudanças dos tempos modernos, o fácil acesso a locais remotos, os mercados internacionais (principalmente asiáticos) ávidos de materiais oriundos da caça furtiva.
Misturar tantas artes visuais, eficazmente, com mensagem forte e cativante não é fácil e muito menos acessível a qualquer um.
O seu vasto trabalho continuará a ser uma referência e uma inspiração para a minha actividade junto da natureza.
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