O núcleo populacional de linces-ibéricos no Vale do Guadiana conta a partir de hoje com mais dois animais. Naira e Noctulo têm cerca de um ano de idade e foram libertados numa propriedade alentejana, segundo o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
A fêmea Naira e o macho Noctulo nasceram na Primavera do ano passado no Centro de Reprodução em Cativeiro de Zarza de Granadilla, na Extremadura (Espanha). Esta quarta-feira, dia 22, foram reintroduzidos na zona do Vale do Guadiana, na segunda solta de linces de 2017 em Portugal.
Esta época de libertações em solos lusos arrancou na passada sexta-feira, dia 17, com a fêmea Niassa e o macho Noudar.
Este ano está prevista a libertação de mais quatro linces naquela região do Baixo Alentejo, a única zona de reintroduções em Portugal. “Alguns poderão dispersar até estabelecer território, as fêmeas tornar-se-ão adultas em dois anos e poderão então reproduzir-se, sempre que condições como a tranquilidade e elevada abundância de coelho-bravo se mantiverem”, explica o ICNF em comunicado enviado à Wilder.
Naira e Noctulo juntam-se ao núcleo populacional que está a ser formado no Vale do Guadiana. Actualmente há 12 linces com território já estabelecido e cinco animais que, à semelhança de Naira e Noctulo, nasceram na Primavera do ano passado, mas em plena natureza. Na verdade, estas foram as primeiras crias conhecidas nascidas em meio natural em Portugal, neste século.
Hoje, o ICNF divulgou os nomes destas cinco crias, escolhidos depois de uma votação dinamizada junto das escolas, populações locais e membros da equipa de seguimento dos animais. A única condição é que teriam de começar pela letra “N”, referente ao ano de nascimento.
Os nomes escolhidos foram Nógado, Navarro (nome de uma localidade do concelho de Mértola), Neblina, Nuvem e Nossa (como símbolo de um novo património natural do concelho e português). Os quatro primeiros animais (dois machos e duas fêmeas) fazem parte de uma mesma ninhada, da fêmea Lagunilla.
Nossa foi observada junto de Jacarandá e Katmandú, os primeiros linces a serem reintroduzidos em Portugal, a 16 de Dezembro de 2014.
Estas ações estão integradas no Projeto “Recuperação da Distribuição Histórica do Lince Ibérico (Lynx pardinus) em Espanha e Portugal (LIFE+10/NAT/ES/000570 – Iberlince) co-financiado pela Comissão Europeia e que reúne 22 parceiros dos quais cinco são portugueses – ICNF, Associação Iberlinx, EDIA, Infra-estruturas de Portugal e Câmara Municipal de Moura. O projecto decorrerá até 2018.
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Saiba como é cuidar dos linces no Vale do Guadiana e quantos linces nascidos em Silves já foram pais na natureza.
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