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Lince “português” reforça população selvagem de Córdova

20.02.2018

Os linces que nasceram em 2017 no Centro Nacional de Reprodução do Lince-ibérico (CNRLI), em Silves, continuam a ser libertados na natureza. Hoje foi a vez de Omeya que, juntamente com Oxyura, nascida no centro espanhol de La Olivilla, fazem agora parte da população de 63 animais de Guadalmellato (Córdova).

 

Esta manhã, perante o olhar das crianças do colégio Ferroviário de Córdova, Omeya e Oxyura saíram das jaulas que os transportaram até à propriedade La Ventilla, na área de reintrodução de Guadalmellato, e correram para a liberdade.

 

Libertação hoje em Guadalmellato. Foto: Iberlince

 

Omeya é filho de Biznaga e Drago e nasceu na Primavera do ano passado no centro de Silves.

Do CNRLI vieram também as linces OfeliaOlavide que foram reintroduzidas na natureza na região andaluza de Guarrizas (Jaén) na semana passada.

Hoje, Omeya (macho) e Oxyura (fêmea) juntaram-se a uma população estimada em 63 animais. Existem 15 fêmeas territoriais, verificando-se 25 novas crias, comparativamente às 16 nascidas no ano anterior.

Na área de reintrodução de Guadalmellato, onde as primeiras libertações de lince-ibérico começaram em 2010, serão libertados em 2018 um total de três animais, dois machos e uma fêmea. O outro exemplar somar-se-á a estes em Março ou Abril, explica o projecto Life Iberlince.

Mas nem tudo são boas notícias. Ontem foi encontrado o cadáver de um lince-ibérico, possivelmente atropelado, na A-4, na zona de Almuradiel (Ciudad Real). Na manhã de 19 de Fevereiro, os técnicos do projeto Life Iberlince receberam o alerta da equipa de manutenção da autoestrada A-4 da descoberta do cadáver de lince-ibérico. “No local da ocorrência, os agentes do Meio Ambiente procederam ao levantamento do cadáver e ao respetivo transporte para o centro de referência de Castilla-La Mancha, onde se irá praticar a respetiva necropsia”, informa o Iberlince em comunicado.

Segundo os dados registados nos censos de 2017, a população mundial de lince-ibérico (Lynx pardinus) tem hoje 547 animais. Destes, 402 concentram-se nos territórios andaluzes; os restantes 145 estão distribuídos por Castilla-La Mancha, Extremadura e Vale do Guadiana, em Portugal.

 

[divider type=”thick”]Saiba mais.

Leia a entrevista a Miguel Angel Simón, responsável pelo projecto Iberlince, e fique a saber qual será o futuro da conservação do lince-ibérico.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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