O cadáver de uma fêmea de lince-ibérico (Lynx pardinus) foi encontrado na estrada A-301 na região de Guarrizas, em Jaén (Andaluzia), informou na semana passada o projecto de conservação da espécie, Iberlince.
O animal foi encontrado pelas equipas de manutenção de estradas da Consejería de Fomento y Vivienda a 6 de Abril. “Trata-se de uma fêmea de lince com um ano de idade e sem rádio-transmissor”, segundo um comunicado do projecto LIFE Iberlince.
O cadáver do lince foi levado para o Centro de Análise e Diagnóstico da Fauna Silvestre da Junta de Andaluzia. Os técnicos já confirmaram na análise preliminar que se tratou de um atropelamento. Ainda assim, será realizada uma necrópsia completa.
Já a 31 de Março tinha sido encontrado um cadáver de um lince macho, com rádio-transmissor, na região de Ciudad Real (Castela-La Mancha), possivelmente atropelado.
Durante o ano passado foram encontrados 15 linces mortos por atropelamento (13 na Andaluzia, um em Castela-La Mancha e um em Portugal), segundo os resultados definitivos do censo à espécie relativo a 2016.
O projecto Iberlince salienta a importância de os cidadãos avisarem as autoridades se encontrarem um lince-ibérico morto. Isto “permite activar o protocolo de levantamento do cadáver de forma célere, essencial para obter a máxima informação possível sobre a causa da morte”.
Em Portugal existem oito sinais de trânsito que avisam os condutores que estão a circular na área de reintrodução do lince-ibérico, no Vale do Guadiana (Alentejo), na EN122 e na ER267. Além destes sinais, a Infraestruturas de Portugal (IP), no âmbito do Iberlince, tem feito limpeza de bermas e taludes.
Actualmente existem 483 linces-ibéricos na natureza, segundo o censo de 2016. A maioria, 397, está nas populações da Andaluzia (Doñana-Aljarafe e Serra Morena: Guadalmellato, Guarrizas e Andújar-Cardeña). Além destes 397 animais, 19 vivem em Portugal, no Vale do Guadiana; 28 em Matachel (Badajoz), 23 em Montes Toledo (Toledo) e 16 na Serra Morena Oriental.
[divider type=”thick”]Agora é a sua vez. Saiba o que fazer quando vir um lince.
Ver linces-ibéricos em Portugal já não é assim tão impossível. É preciso estar preparado. Pedro Rocha, director do Parque Natural do Vale do Guadiana, deixa algumas sugestões que podem ajudar à conservação da espécie.
Se vir um lince deve ter atenção à cor da coleira, já que cada animal reintroduzido traz uma coleira emissora de cor diferente. Depois, o Parque Natural do Vale do Guadiana agradece o seu contacto para:
Telefone: 286.612.016
Email: [email protected]
E há que ter muita atenção aos sinais da estrada entre Mértola e Beja. “Os linces estão nessa zona. A sério. Aqueles sinais não são só folclore. Há linces a passar”, salienta Pedro Rocha. Existem mais hipóteses de os encontrar durante os períodos crepusculares (ao amanhecer e ao anoitecer), já que é quando os animais estão mais activos.