Lince-ibérico. Foto: Antonio Liébana/WWF

Lince-ibérico: ANP-WWF fala em “marco histórico”

20.06.2024

Numa reacção à alteração de categoria de ameaça do lince-ibérico, de Em Perigo para Vulnerável, a organização ANP-WWF fala num “marco histórico” e num “sucesso de conservação global”.

Em comunicado, a ANP-WWF comemora este feito conservacionista e sublinha o trabalho de mais de 20 anos que juntou várias organizações não governamentais, entre as quais a própria WWF.

“Esta é a primeira espécie a eliminar duas categorias de ameaça da lista da IUCN em apenas 21 anos”, sublinha a organização.

A alteração de categoria “mostra que o trabalho conjunto realizado por dezenas de organizações está a dar frutos e aproxima esta espécie dos objetivos de atingir 750 fêmeas e os 3000-3500 exemplares, de modo a que se possa considerar o lince recuperado”.

Vasco da Silva, coordenador de Florestas e Biodiversidade da ANP|WWF, considera que “esta é uma excelente notícia para todas as pessoas e organizações que têm feito parte deste sucesso mundial de conservação. Na ANP|WWF estamos orgulhosos de ter apoiado o lince-ibérico em cooperação com a WWF Espanha, quando restavam menos de 100 exemplares na Península Ibérica, e de demonstrar que com trabalho conjunto, multidisciplicar, interpares e intergovernamental, aliado à coragem e vontade política, é possível recuperar espécies ameaçadas”.

A organização recorda o que tem sido feito para conservar o lince-ibérico, incluindo a reprodução em cativeiro, o aumento do coelho-bravo, a recuperação do montado (habitat do lince-ibérico) e a prevenção da caça furtiva e dos atropelamentos em estradas que atravessam os seus territórios.

“No entanto, sabemos que estamos a meio caminho e continuaremos a trabalhar para garantir a sua recuperação definitiva: temos de nos concentrar no restauro da natureza, no aumento da disponibilidade de alimento, acabar com a caça ilegal e expandir e conectar territórios e populações para garantir que a espécie continua em clara recuperação”, alertou Vasco da Silva.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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