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Foto: Cristina Vaz Lourenço

Leitores: O que fazer com aves ainda bebés caídas no chão?

04.07.2023

Cristina Vaz Lourenço deparou com duas crias de melro, caídas no chão, e pediu ajuda sobre o que fazer. Ricardo Brandão, veterinário que trabalha com animais selvagens, responde.

“Temos dois melros que estavam no chão. Não sabemos se foi a mãe ou se caíram”, comentou Cristina Lourenço numa mensagem enviada à Wilder. “Deixamo-los no ninho ou criamo-los à mão em casa? Sei que os melros são criados no chão pela mãe, mas achamos que talvez seja cedo”, acrescentou ainda a leitora.

Ninho com crias de passeriformes. Foto: Cristina Vaz Lourenço

No entanto, quer se trate de melros ou de outras espécies de passeriformes, “o melhor é sempre deixar as crias no local, perto de onde foram encontradas, num local elevado – ramo, muro ou outro – para que os pais as continuem a alimentar”, responde Ricardo Brandão, veterinário de vida selvagem.

Ainda assim, se as pequenas aves encontradas tiverem algum problema ou alguma lesão, “devem ser encaminhadas para o centro de recuperação mais próximo”, acrescenta o também coordenador do CERVAS – Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens, que funciona em Gouveia.

Já no caso dos andorinhões-pretos e andorinhões-pálidos, que por estes dias também podem ser encontrados ainda muito jovens, caídos do ninho, a situação é bastante diferente. “Não recolher as crias não é opção porque os pais não as conseguem alimentar no chão e por isso arriscam-se a morrer à fome. Ou a ser apanhadas por algum animal predador”, explicou o mesmo responsável, num artigo publicado sobre as crias de andorinhão.

Ninho de andorinhão-pálido. Foto: MPF/Wiki Commons

O melhor a fazer é encaminhá-las o mais depressa possível para um dos centros de recuperação de animais selvagens do país. “As pessoas não devem levar estes animais para casa, ainda que seja com a melhor das intenções. Estas aves alimentam-se de insectos, algo que não costumamos ter em casa.”

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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