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Já pode ajudar a escolher a Árvore Portuguesa do Ano

18.11.2019

As votações para escolher a árvore que vai representar Portugal na competição internacional para a Árvore Europeia do Ano 2020 começaram esta segunda-feira.

Em concurso nesta primeira fase estão um total de 10 árvores, seleccionadas entre 35 candidaturas recebidas, informa em comunicado a UNAC – União da Floresta Mediterrânica. Esta associação, que organiza o concurso em Portugal, representa os interesses dos produtores florestais do espaço mediterrânico português.

Desde que participa na competição europeia, nos últimos dois anos, Portugal tem estado presente no pódio dos três melhores, sempre com árvores autóctones. Em 2018, arrebatou o primeiro lugar com o “Sobreiro Assobiador”; no ano seguinte, a “Azinheira Secular do Monte do Barbeiro” conseguiu a terceira posição.

o sobreiro
Sobreiro Assobiador. Foto: UNAC

Entre as árvores seleccionadas encontram-se algumas com uma história de vários séculos, que nalguns casos chega a ser de milénios, como a oliveira mais antiga de Portugal. Já outras apresentam uma dimensão fora do comum.

É o caso da “Canforeira de Bencanta”, de Coimbra, uma das árvores na corrida. Esta canforeira (Cinnamonum camphora) com 167 anos é “a maior canforeira de Portugal e muito possivelmente da Europa”, explica o site do concurso. “Com umas dimensões notáveis, constitui uma referência na paisagem para quem viaja de comboio vindo do Sul.”

Canforeira de Bencanta. Foto: Raquel Lopes

A votos está também aquela que é considerada a oliveira (Olea europea) mais antiga de Portugal, a “Oliveira do Mouchão”, com uns impressionantes 3.350 anos, que pode ser encontrada em Mouriscas, Abrantes. “Mais de 3 milénios fizeram dela testemunha silenciosa de Fenícios aventureiros, de Celtiberos e de Romanos que se deliciaram com o seu azeite. “

Oliveira do Mouchão. Foto: Fernando Bourgard

Um pouco mais mais novo mas igualmente milenar, o “Castanheiro de Vales” mora em Tresminas, Vila Pouca de Aguiar. Com 1000 anos de idade e 14 metros de perímetro, este castanheiro (Castanea sativa) é “uma das mais grossas árvores do nosso país, cuja cavidade do tronco guarda muitas histórias do tempo em que o castanheiro era o ponto de referência das brincadeiras das muitas crianças.”

Castanheiro de Vales. Foto: Raquel Lopes

Quanto ao “Carvalho de Calvos”, um carvalho-alvarinho (Quercus robur) com mais de 500 anos e uma altura de 30 metros, fica em Póvoa do Lanhoso e terá muitas histórias para contar. Já “passou por várias intempéries, já revestiram a cratera do seu tronco a cimento, já expulsaram de lá colmeias com fumo, já fizeram fogueiras, já perdeu ramos, e muito mais aguentou o respeitável Ancião de muletas.”

Carvalho de Calvos. Foto: Município da Póvoa do Lanhoso

E o que é que torna única a “Azinheira das Furnas” (Quercus rotundifolia), que vive na Mata-Jardim José do Canto, na Lagoa das Furnas, ilha de São Miguel? “A sua dimensão verdadeiramente excepcional, a ponto de não ser facilmente reconhecível como azinheira”, descreve o site da competição. 

Azinheira das Furnas. Foto: João Câmara

O júri que decidiu quais são as árvores portuguesas agora a votos tem três membros: António Bagão Félix, autor do livro “Trinta Árvores”; Rui Queirós, ligado aos processos de classificação de arvoredo de interesse público, do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas; António Gonçalves Ferreira, presidente da UNAC.

Quem quiser votar, pode escolher quais são as suas duas árvores favoritas, através de um sistema de votação online, no site do concurso, até dia 1 de Dezembro. A árvore mais votada, que representará Portugal no concurso europeu, vai ser conhecida no dia seguinte, uma segunda-feira.


Saiba mais.

Recorde os resultados do concurso The European Tree of the Year em 2018, quando Portugal venceu o primeiro lugar, e no ano seguinte, quando arrecadou a terceira posição.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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