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Baleia-comum. Foto: Aqqa Rosing-Asvid

Islândia autoriza caça de 128 baleias em 2024

12.06.2024

Em causa está a baleia-comum, a segunda maior baleia do planeta. Conservacionistas acusam decisão de ser “profundamente desconcertante”.

A decisão da Islândia segue-se a uma suspensão temporária em 2023, depois de ser conhecido um relatório encomendado pelo governo que concluiu que baleias mortas por arpão podem levar cerca de duas horas para morrer. No ano passado, foram caçados apenas 24 destes cetáceos.

Em resposta ao anúncio feito pela Islândia, vários movimentos conservacionistas questionaram a melhoria do bem estar destes animais quando são caçados, apesar de terem sido alteradas as regras no último ano. “É inacreditável e profundamente desconcertante que o governo islandês tenha permitido [isto], desafiando extensas provas científicas e económicas contra ações como estas”, reagiu Luke McMillan, da Whale and Dolphin Conservation, citado pelo jornal The Guardian.

A baleia-comum (Balaenoptera physalus) é a segunda maior baleia do planeta, ultrapassada apenas pela baleia-azul. Pode pesar entre 40 a 80 toneladas e mede cerca de 25 metros de comprimento, sensivelmente o mesmo que um prédio com uma altura de oito andares. Segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), está hoje numa situação Vulnerável a nível mundial.

Presente por todo o mundo, em especial nas zonas temperadas e subpolares, este cetáceo ocorre “regularmente ao largo dos Açores na primavera” e já foi também detetado nas águas da Madeira durante o inverno, segundo a UICN. Nos últimos anos a baleia-comum tem sido também considerada uma presença habitual perto da costa portuguesa continental, nomeadamente na zona do canhão de Lisboa.

Apesar da melhoria da situação desta baleia nos últimos anos, graças à proibição de caça em inúmeros países durante as últimas décadas, esta espécie apontada como um “campeão do clima” continua ameaçada. A Islândia foi o segundo país a autorizar a caça de baleias-comuns este ano, depois de igual decisão do Japão anunciada em maio passado.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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