Fotografia de lince-ibérico está entre as melhores do Wildlife Photographer of the Year 2021

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Os organizadores da competição, na sua 57ª edição, acabam de desvendar uma selecção de algumas das melhores fotografias a concurso, entre as quais uma de um lince-ibérico. Os grandes vencedores serão conhecidos a 12 de Outubro.

O Wildlife Photographer of the Year registou este ano um número recorde de fotografias candidatas, vindas de todo o mundo: mais de 50.000 imagens de fotógrafos de 95 países.

“As fotografias são uma forte lembrança da importância da variedade da vida na Terra e de garantirmos o futuro do nosso planeta, reveladas antes da primeira parte da conferência mundial da ONU para a Biodiversidade, a COP15”, explicam os organizadores do concurso.

Cada imagem foi julgada, de forma anónima, pela sua criatividade, originalidade e excelência técnica por um painel internacional de peritos.

As imagens vencedoras serão anunciadas a 12 de Outubro numa cerimónia virtual transmitida a partir do Museu de História Natural de Londres e apresentada, mais uma vez, pelos naturalistas britânicos Chris Packham e Megan McCubbin.

Entre as melhores imagens, reveladas na semana passada, está a fotografia captada por Sergio Marijuán de um jovem lince-ibérico que passa por uma porta aberta de um celeiro abandonado na Serra Morena, Espanha.

Urban Wildlife: “Lynx on the threshold”, Sergio Marijuán

Um jovem lince-ibérico pára à porta de um celeiro abandonado numa propriedade na Serra Morena, em Espanha. Dentro em breve vai ter de abandonar o território da sua mãe, onde nasceu. Outrora comuns em Espanha e Portugal, em 2002 existiam menos de 100 linces em Espanha e, provavelmente, nenhum em Portugal. As causas do seu declínio foram a caça, a perseguição, perda de habitat e o declínio das suas presas, mais concretamente o coelho-bravo. Graças aos esforços de conservação – reintrodução, rewilding, fomento das presas e a criação de corredores naturais – o lince-ibérico escapou à extinção, apesar de ainda estar ameaçado. Apenas recentemente os linces começaram a aproveitar ambientes humanos. Este lince é um dos últimos numa família que nasceu neste velho celeiro. Depois de meses de espera, a câmara de foto-armadilhagem cuidadosamente instalada finalmente deu a Sergio a fotografia que tanto queria. Foto: Sergio Marijuán/Wildlife Photographer of the Year

Esta “espécie, que já esteve à beira da extinção, vê agora os seus números populacionais aumentar, graças a esforços de conservação que ainda continuam”, sublinham os organizadores.

Outras imagens contam a história da natureza sob pressão.

“Foi a qualidade geral das imagens que nos surpreendeu”, comentou Roz Kidman Cox, do painel de júris. “Com quase todas as viagens canceladas no último ano, os fotógrafos tentaram passar mais tempo a considerar que imagens submeter. Há fotografias de paisagens e encontros inesquecíveis e ainda belas observações da natureza perto de casa ou a uma escala macro. O resultado é uma colecção de imagens que nos levam a pensar e que, nestes tempos difíceis, nos lembram da alegria e fascínio que podemos retirar da natureza.”

Estas e outras imagens vencedoras estarão expostas a partir de dia 15 de Outubro no Museu de História Natural de Londres.

A competição de 2021 abre a 18 de Outubro e termina a 9 de Dezembro de 2021.

Aqui estão as outras imagens seleccionadas:

Oceans – The Bigger Picture: “Net loss”, por Audun Rikardsen

No rasto de um navio pesqueiro, uma mancha de peixes mortos cobre a superfície do mar ao largo da costa da Noruega. O navio tinha apanhado demasiado peixe e quando a rede de pesca foi recolhida rompeu-se, deixando sair toneladas de arenques que morreram esmagados ou sufocados. Audun seguia a bordo de um navio da guarda-costeira norueguesa, que fazia parte de uma investigação sobre orcas que estavam a ser seguidas por GPS. As baleias seguem a migração dos arenques e são, muitas vezes, encontradas junto a barcos de pesca, onde se alimentam do peixe que escapa das redes. Para a Guarda-Costeira norueguesa, responsável pela vigilância da frota pesqueira, o espectáculo de carnificina e desperdício foi uma cena de crime real. Por isso, as fotografias de Audun tornaram-se provas visuais num julgamento em tribunal que resultou na condenação e na obrigação do pagamento de uma multa pelo proprietário do barco. A sobre-pesca é uma das maiores ameaças aos ecossistemas do oceano. O arenque do Atlântico esteve quase extinto e foram precisos 20 anos e uma moratória à pesca para as populações recuperarem. Mas esta espécie continua a ser vulnerável à sobre-pesca. Foto: Audun Rikardsen/Wildlife Photographer of the Year

Behaviour: Mammals: “The great swim”, por Buddhilini de Soyza

Fortes chuvadas no Quénia em Janeiro de 2020 levaram a que um dos maiores rios galgasse as suas margens e se tornasse mais revoltoso do que nunca. Cinco chitas machos procuravam atravessar o rio, desafiando as poderosas correntes. Depois de horas a procurar ao longo das margens um local mais fácil para a travessia, de repente saltaram para as águas e começaram a tentar nadar, enquanto o fotógrafo assistia, em terror, que fossem arrastadas pelas correntes ou comidas por crocodilos. Queriam chegar ao outro lado do rio, parte do seu território de caça. A chita que seguia à frente olhou para o fotógrafo durante a travessia, arreganhando os dentes, um sinal do grande esforço que fazia. O fotógrafo gritou de alegria quando as viu galgarem a margem e chegarem sãs e salvas, depois de terem nadado 100 metros de onde tinham saltado. Foto: Buddhilini Soyza/Wildlife Photographer of the Year

Photojournalism: “A caring hand”, por Douglas Gimesy

Depois de ter sido alimentada, esta cria de raposa-voadora da espécie Pteropus poliocephalus está a ser confortada e incentivada a adormecer na casa de um cuidador de vida selvagem do Black Rock Animal Shelter, em Beaumaris, Victoria, Austrália. Esta espécie tem o estatuto de Vulnerável ao risco de extinção, com ameaças preocupantes como a destruição do habitat e aumento das vagas de calor. Foto: Douglas Gimesy/Wildlife Photographer of the Year

11-14 years: “Apollo landing”, por Emelin Dupieux

Quando começa a escurecer, uma borboleta do género Apollo acomoda-se numa margarida. Emelin sonhava há muito fotografar uma borboleta Apollo, uma borboleta grande de montanha com uma envergadura de asa que pode chegar aos 90 milímetros. Hoje é uma das borboletas ameaçadas da Europa, em risco por causa das alterações climáticas e de fenómenos climatéricos extremos. No Verão, de férias no Parque de Natureza Regional Haut-Jura, na fronteira entre a França e a Suíça, Emelin achou-se rodeada de prados alpinos cheios de borboletas, incluindo Apollos. Mas as borboletas estavam constantemente a mexer-se. A solução foi esperar pelo escurecer, quando as borboletas se acomodam nas flores de uma clareira no bosque para passarem a noite. Mas a brisa fazia as margaridas baloiçar. E a luz estava a desaparecer. Depois de inúmeros ajustamentos na câmara, Emelin conseguiu finalmente esta imagem emblemática, com os brancos das asas a contrastar com os escuros do bosque, sobressaindo os amarelos e vermelhos das asas da borboleta. Foto: Emelin Dupieux/Wildlife Photographer of the Year

10 years and under: “Lockdown chicks”, por Gagana Mendis Wickramasinghe

Três crias de periquitos-de-colar (Psittacula krameri) espreitam de um buraco numa árvore, à espera do pai que regressa com alimento. A observar a cena estava Gagana, de 10 anos, na varanda do quarto dos seus pais em Colombo, no Sri Lanka. O buraco estava ao nível dos olhos, numa palmeira morta do pátio e que os seus pais quiseram deixar ficar para benefício da vida selvagem. Na Primavera de 2020, durante os longos dias de confinamento, Gagana e o seu irmão mais velho passaram horas a observar esta família de periquitos e a experimentar com as suas câmaras fotográficas, lentes e tripé. Estes periquitos são nativos do Sri Lanka, Índia e Paquistão, bem como de uma faixa da África Sub-Saariana. Mas já são frequentes em vários países da Europa, incluindo em Portugal. Foto: Gagana Mendis Wickramasinghe/Wildlife Photographer of the Year

Natural Artistry: “Toxic design”, por Gheorghe Popa

Este fantástico detalhe de um pequeno rio no Vale Geamana, nas Montanhas Apuseni, na Roménia, apanhou Gheorghe de surpresa. Apesar de conhecer a região há anos, usando o seu drone para captar imagens dos padrões do vale que estão constantemente a mudar, nunca se tinha deparado com esta maravilhosa combinação de cores e de formas. Mas estes designs – talvez mais marcados por causa das recentes chuvadas – são o resultado de uma feia realidade. No final da década de 1970, mais de 400 famílias que viviam em Geamana foram obrigadas a abandonar o vale por causa dos resíduos que escorriam da mina de Rosia Poieni, nas redondezas. Esta mina explorava um dos maiores depósitos de cobre e ouro da Europa. O pitoresco vale depressa se tornou num cocktail tóxico de metais pesados. A composição de Gheorghe Popa pretende chamar a atenção para um desastre ecológico e capta as cores dos metais pesados e esta paisagem tóxica. Foto: Gheorghe Popa/Wildlife Photographer of the Year

Behaviour: invertebrates: “Beautiful bloodsucker”, por Gil Wizen

Quando pensamos em mosquitos, a palavra “bonito” não é das primeiras que nos vem à cabeça. E ainda assim, há espécies de mosquitos espectaculares. Membros do género Sabethes são um exemplo perfeito. Não deve haver outros mosquitos no planeta com uma aparência tão elegante: o seu corpo está coberto de escamas azuis e verdes iridiscentes e as suas pernas são compridas e têm tufos de pêlos. Os mosquitos Sabethes apenas vivem no Norte da América Latina e as fêmeas são vectores importantes de graves doenças tropicais, como a febre amarela e o dengue. À semelhança de muitas espécies tropicais de mosquitos, os Sabethes reproduzem-se em pequenos buracos nas árvores ou em bromélias, onde a água da chuva que se acumula serve para os mosquitos porem as suas larvas aquáticas. O fotógrafo encontrou estes mosquitos várias vezes nas suas viagens à floresta da Amazónia no Equador e achou-os muito difíceis de fotografar. A melhor forma de fotografar um é aguentar uma mordidela, arriscando-se assim a ser infectado por uma doença tropical. Depois de ter estudado e observado o comportamento destes animais durante vários anos, o fotógrafo conseguiu uma foto desta fêmea, captada em Puerto Misahuallí, Equador, a preparar-se para morder um dos seus dedos. Foto: Gil Wizen/Wildlife Photographer of the Year

Behaviour: Birds: “Up for grabs”, por Jack Zhi

Esta foi uma sessão de treino para este juvenil de peneireiro-de-rabo-branco (Elanus leucurus), a ave que aparece mais abaixo na imagem. O pai trouxe um ratinho vivo acabado de caçar. Ele atirou-o para a cria o apanhar no ar. Esta deu o seu melhor mas não conseguiu evitar que o ratinho caísse. Bem, e o que aconteceu depois da fotografia? A cria sortuda conseguiu, afinal, dar meia volta e apanhar o ratinho antes que os seus irmãos se juntassem à caça. Foram precisos três anos para o fotógrafo conseguir esta fotografia porque estas sessões de treino podem acontecer em qualquer lado e são sempre muito longe. É difícil conseguir, simultaneamente, acertar na acção, na distância, nas condições climatéricas e de luz e no ângulo das aves. Não esquecendo uma vista livre e sem árvores pelo meio. Esta fotografia foi tirada em Orange County, Califórnia, Estados Unidos. Foto: Jack Zhi/Wildlife Photographer of the Year

Urban Wildlife: “Natural magnetism”, por Jaime Culebras

Quando Jaime encontrou esta vespa-tarântula a arrastar uma aranha pelo chão da sua cozinha em Quito, no Equador, não pensou duas vezes e correu a pegar na sua câmara fotográfica. Quando voltou, a vespa gigante (com quase quatro centímetros) estava a arrastar a sua vítima por um dos lados do frigorífico. As vespas-tarântulas causarão das picadelas mais dolorosas no planeta. Para as aranhas são mortíferas. Na verdade, estas vespas alimentam-se de néctar e de pólen, mas as fêmeas também caçam tarântulas para dar de alimento às suas larvas, que são carnívoras. Jaime esperou que a vespa colorida chegasse ao nível dos seus ímanes no frigorífico, de forma a que ficasse na fotografia a passar ao lado da sua colecção. Foto: Jaime Culebras/Wildlife Photographer of the Year

Animal Portraits: “Storm fox”, por Jonny Armstrong

A raposa andava atarefada à procura de carcaças de salmão, que morreram depois da desova, nos baixios de um rio na pequena ilha de Kodiak, no Alasca. À beira da água, Jonny estava deitado de barriga para baixo. O fotógrafo tinha seguido a raposa nos últimos dias, observando-a a apanhar bagas, a saltar para apanhar aves e a mordiscar, na brincadeira, um jovem urso-castanho. Aproveitando a luz especial criada pela aproximação de uma tempestade, Jonny estava à procura de um retrato dramático. O fotógrafo preparou o seu flash manual e o investigador que o acompanhava segurou um outro flash por ele. Foi o suficiente para espicaçar a curiosidade da raposa, dando a Jonny a fotografia que imaginou, apenas momentos antes de cair uma chuva diluviana. Foto: Jonny Armstrong/Wildlife Photographer of the Year

Plants and fungi: “Mushroom magic”, por Juergen Freund

Este fotógrafo deambulou à noite pelas florestas húmidas da Austrália, expondo-se a mosquitos e sanguessugas para conseguir uma imagem destes cogumelos bioluminescentes da espécie Omphalotus nidiformis. Uma lua cheia de Fevereiro iluminou a floresta que alberga estes fungos em Atherton Tablelands, Austrália. Este é um dos mais conhecidos cogumelos bioluminescentes daquele país. A luz bioluminescente é criada por uma reação química. Foto: Juergen Freund/Wildlife Photographer of the Year

Animal Portrait: “Raw Moment”, por Lara Jackson

Sangue vermelho-vivo pinga do focinho desta jovem leoa. Com uma pata em cima da presa, ainda viva, a leoa olha intensamente Lara nos olhos. Mais de dois milhões de animais selvagens movimentam-se pelo Norte do Parque Nacional do Serengeti, na Tanzânia, nas suas migrações anuais à procura de erva mais verde. É uma excelente oportunidade par os leões do Serengeti caçarem. Apesarem de terem mais sucesso quando caçam em conjunto, um leão consegue sozinho abater um animal duas vezes o seu tamanho. Deitada num veículo adaptado, Lara enquadrou a cena e tentou um close-up. A imagem que conseguiu capta a crueza do momento e a intensidade no olhar da leoa. Foto: Lara Jackson/Wildlife Photographer of the Year

Underwater: “Deep feelers”, por Laurent Ballesta

Nas águas profundas (78 metros) ao largo da costa mediterrânica francesa, entre os corais negros de águas frias, Laurent encontrou uma imagem surreal: uma comunidade vibrante de centenas de camarões da espécie Plesionika narval. As suas patas não se tocavam mas as suas antenas excepcionalmente longas sim. Parecia que cada camarão estava ligado aos seus vizinhos e que, potencialmente, sinais estavam a ser enviados através de uma vasta rede. Investigação científica sugere que esse contacto é crucial para o comportamento social dos camarões, na reprodução e na competição entre eles. Estes camarões são normalmente animais de hábitos nocturnos. Durante o dia costumam esconder-se entre rochas ou em grutas e debaixo da areia no fundo do mar. Também são uma espécie pescada comercialmente. Quando a pesca ao camarão envolve pesca de arrasto em locais a esta profundidade, essa actividade destrói as florestas de corais, de crescimento lento, bem como as comunidades de animais que ali vivem. Foto: Laurent Ballesta/Wildlife Photographer of the Year

Wetlands: The Bigger Picture: “The nurturing wetland”, por Rakesh Pulapa

Casas nos limites da cidade de Kakinada chegam ao estuário, protegido do mar por aquilo de resta de um mangal. As construções humanas já destruíram 90% dos mangais ao longo da costa de Andhra Pradesh, na Índia. Mas hoje os mangais são reconhecidos como vitais para a vida costeira, humana e não-humana. As suas raízes acumulam matéria orgânica, armazenam dióxido de carbono, abrandam as águas das marés, protegem as comunidades das tempestades e criam maternidades para numerosas espécies de peixes e outras espécies das quais as comunidades pesqueiras dependem. Com a ajuda de um drone que sobrevoou a área, Rakesh pôde ver o impacto das actividades humanas -poluição, resíduos plásticos e abate de mangais – mas esta imagem resume sobretudo a protecção que os mangais dão às comunidades tão vulneráveis às tempestades tropicais. Foto: Rakesh Pulapa/Wildlife Photographer of the Year

Behaviour: Amphibians and reptiles: “The gripping end”, por Wei Fu

Apertado por uma cobra, um lagarto da espécie Gekko gecko não larga a cabeça do seu atacante, numa última tentativa de defesa. Estes lagartos são grandes, podendo medir até 40 centímetros, e têm presas poderosas. Mas também são o alimento preferido da cobra Chrysopelea ornata. Esta cobra, comum nas florestas do Sul da Ásia, também caça anfíbios, aves e até morcegos. É uma das cinco cobras que consegue “voar”, expandindo as suas costelas e espalmando o corpo para deslizar de ramo em ramo. Wei estava a fotografar aves num parque perto da sua casa em Banguecoque, Tailândia, quando lhe chamou a atenção o som de perigo feito por um gecko. Havia uma cobra a aproximar-se dele até que o apanhou. Wei assistiu à luta entre os dois animais mas em poucos minutos, a cobra acabou por matar o gecko e fazer a sua refeição. Foto: Wei Fu/Wildlife Photographer of the Year

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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