Os territórios de pelo menos três linces-ibéricos em Doñana foram atingidos pelo incêndio que deflagrou no sábado na região de Doñana, Andaluzia, avançou hoje à Wilder Miguel Ángel Simón, director do programa Iberlince. O centro de El Acebuche, a pouco e pouco, regressa à normalidade.
Menos de 24 horas depois da ordem de evacuação do Centro de Reprodução do lince-ibérico de El Acebuche, a normalidade começa a regressar.
“Esta manhã conseguimos voltar ao centro de reprodução e pudemos devolver às instalações os nove adultos e cinco crias que retirámos ontem”, disse Miguel Ángel Simón ao início da tarde de hoje à Wilder.
Ontem, a equipa não conseguiu retirar 13 linces dos cercados e, por isso, as portas foram deixadas abertas. Segundo o responsável, os técnicos do centro já conseguiram capturar 11 desses 13 linces.
De momento, o incêndio continua a lavrar na região de Doñana, onde vive uma das principais populações selvagens de lince-ibérico, estimada em cerca de 70 animais. As chamas entraram nos territórios destes animais.
Segundo a informação preliminar que Miguel Ángel Simón deu à Wilder, “o incêndio afectou dois territórios de fêmeas e um terceiro em 30 a 40% da sua superfície”.
“Ainda não tenho informação sobre qual a superfície queimada, mas quando tiver o perímetro teremos de fazer uma avaliação no terreno, já que num incêndio nem tudo arde e haverá zonas que arderam e zonas que são recuperáveis”, explicou.
O lince-ibérico é uma espécie classificada desde 22 de Junho de 2015 como Em Perigo de extinção, depois de anos na categoria mais elevada atribuída pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), Criticamente em Perigo.
No total da Península Ibérica existem 483 linces-ibéricos na natureza. A maioria, 397, está nas populações da Andaluzia (Doñana-Aljarafe e Serra Morena: Guadalmellato, Guarrizas e Andújar-Cardeña). Além destes 397 animais, 19 vivem em Portugal, no Vale do Guadiana; 28 em Matachel (Badajoz), 23 em Montes Toledo (Toledo) e 16 na Serra Morena Oriental.
Ontem em conferência de imprensa, a presidente da Junta da Andaluzia, Susana Díaz, disse que ainda não são conhecidas as causas deste incêndio mas “não se descarta” que teve origem humana, citou a agência espanhola EFE. “No final, vamos ficar a saber por que um incêndio desta magnitude deflagrou numa zona tão sensível como a envolvente ao Espaço Natural de Doñana e com tantas famílias.” Díaz garantiu ir até às últimas consequências “para conhecer as causas e apurar as responsabilidades”.
[divider type=”thick”]Agora é a sua vez.
Neste momento, Miguel Ángel Simón pede aos cidadãos que sigam as normas gerais de redução da velocidade nas zonas de ocorrência de lince e que evitem as regiões atingidas pelo fogo.