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Florestas com mais espécies de árvores conseguem fazer mais coisas

30.03.2016

Quanto mais espécies de árvores diferentes tiver uma floresta, mais serviços esta consegue dar, desde reter a humidade, melhorar o solo, dar abrigo a aves ou produzir madeira, concluem investigadores de 30 instituições europeias.

 

Já estava demonstrado a pequena escala, mas agora investigadores de 30 instituições europeias comprovaram a importância de manter a diversidade de árvores a grande escala para que as florestas sejam multifuncionais.

Num estudo publicado agora na revista PNAS, os cientistas explicam por que as florestas europeias com maior diversidade de espécies cumprem melhor as suas funções, e conseguem fazer muitas coisas ao mesmo tempo, do que as mais homogéneas.

“Além de produzir madeira, as florestas cumprem muitas outras funções, como regular o ciclo hidrológico, fixar o CO2 atmosférico ou permitir a sobrevivência das espécies associadas a cada habitat, sem esquecer o seu uso recreativo ou o seu valor estético e cultural”, diz o investigador do Museu Nacional de Ciências Naturais de Madrid (MNCN-CSIC), Fernando Valladares, um dos autores do estudo.

Várias espécies criam diferentes benefícios. Algumas dão habitats para as aves, outras retêm melhor a humidade e melhoram a saúde do solo, outras dão boa madeira.

Os investigadores defendem a importância de conservar a paisagem e a sua biodiversidade e também de evitar planos de reflorestação que apenas incluem espécies pensando num único objectivo, por exemplo, na capacidade de produzir madeira.

“Ao repovoar com uma mesma espécie que, com frequência, não é autóctone, estamos a homogeneizar a floresta, o que a impossibilita de continuar a cumprir muitas das suas funções”, acrescenta, em comunicado.

Para realizar este estudo, os cientistas analisaram 209 parcelas de floresta em seis países europeus e 16 funções dos ecossistemas florestais. “A relação entre a diversidade da paisagem e a multifuncionalidade da floresta é sempre positiva. Quanto maior a diversidade de espécies nas parcelas de um mesmo habitat, mais funções cumpre esse dito habitat”, explica o investigador.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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