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Tartaruga-de-couro. Foto: Alastair Rae/WikiCommons

Este ano já arrojaram no Algarve oito tartarugas-de-couro

14.08.2024

A Rede de Arrojamentos do Algarve respondeu a oito arrojamentos de tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), a maior das tartarugas-marinhas, este ano. Destes, seis aconteceram em Julho.

Os arrojamentos foram registados na região do sotavento algarvio, mais concretamente na ilha da Armona (Olhão), ilha da Fuseta (Olhão), praia de Cabanas de Tavira (Tavira), praia da Terra Estreita (Tavira) e praia de Cacela Velha (Vila Real de Santo António).

“O avançado estado de decomposição da maioria dos indivíduos analisados impossibilitou a determinação das respetivas causas de morte”, segundo a Rede de Arrojamentos do Algarve.

Em apenas um dos casos a necrópsia foi conclusiva, “apontado para captura acidental, uma vez que o animal apresentava marcas de cabos em torno das barbatanas e do plastron”.

Ainda assim, a equipa da Rede recolheu dados biométricos e amostras biológicas em todos os animais aos quais conseguiram aceder.

Todos os indivíduos eram ainda juvenis, uma vez que o comprimento da carapaça era menor do que 145 centímetros.

A tartaruga-de-couro é a maior das tartarugas-marinhas, podendo atingir mais de dois metros de comprimento e um peso acima dos 500 quilos. Segundo a Rede de Arrojamentos do Algarve, “o seu nome deve-se ao facto de não apresentar uma verdadeira carapaça, mas sim uma pele grossa e rígida de cor negra, com aspeto semelhante ao couro”.

“Esta espécie, de hábitos solitários, vive em mar aberto, aproximando-se frequentemente da costa para se alimentar ou reproduzir.” 

Apesar de não nidificar na costa portuguesa é frequente a sua passagem pelas nossas águas, sendo a actualmente segunda espécie de tartaruga-marinha com maior registo de arrojamentos, na costa algarvia. 

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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