Estas são as melhores fotografias de aves de 2021

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O fotógrafo mexicano Alejandro Prieto, que captou o momento em que um papa-léguas pára a olhar para um troço do muro entre os Estados Unidos e o México, foi escolhido como o Bird Photographer of the Year 2021.

Esta imagem foi escolhida de entre um total de 22.000 fotografias a concurso, vindas de 73 países, foi hoje revelado pelos organizadores deste concurso internacional de fotografia de aves.

Foto: Alejandro Prieto/Bird Photographer of the Year

“O muro atravessa desertos, montanhas e até mangais”, disse Prieto, em comunicado. O fotógrafo lembrou que mais de 1.500 espécies diferentes de animais e plantas são ameaçadas pelo muro, sendo aquela uma região muito biodiversa. “Tenho visto muitos animais diferentes que chegam ao muro e que têm de voltar para trás.”

Segundo os organizadores do concurso, o muro é uma verdadeira ameaça para a biodiversidade da região, por causa da fragmentação do habitat. Bloqueia fisicamente as rotas migratórias de animais como o bisonte e o jaguar.

“A imagem de Prieto chamou imediatamente a atenção do júri”, explicou Will Nicholls, director do Bird Photographer of the Year, num comunicado enviado à Wilder. “Não é a típica fotografia de aves e a história por detrás da imagem é muito forte.” Nicholls destaca, sobretudo, que o papa-léguas (ave do género Geococcyx) “parece tão vulnerável perante um muro enorme que domina o imagem”.

O Young Bird Photographer of the Year 2021 foi entregue ao suíço de 17 anos Levi Fitze pela sua fotografia de um tetraz-lira (Lyrurus tetrix) ao nascer do Sol.

Foto: Levi Fitze/Bird Photographer of the Year

Os fotógrafos competiram em oito categorias na competição dos adultos: Melhor Retrato, Aves no Ambiente, Atenção ao Detalhe, Comportamento das Aves, Aves em Voo, Preto e Branco, Aves Urbanas e Imagem Criativa. Também houve um Prémio para a Conservação e um Prémio para Portfolios.

Melhor Retrato: Felipe Foncueva

Foto: Felipe Foncueva/Bird Photographer of the Year

Aves no Ambiente e Grande Vencedor: Alejandro Prieto

Foto: Alejandro Prieto/Bird Photographer of the Year

Atenção ao Detalhe: Rafael Armada

Foto: Rafael Armada/Bird Photographer of the Year

Comportamento das Aves: Mousam Ray

Foto: Mousam Ray/Bird Photographer of the Year

Aves em Voo: Tzahi Finkelstein

Foto: Tzahi Finkelstein/Bird Photographer of the Year

Preto e Branco: Renato Granieri

Foto: Renato Granieri/Bird Photographer of the Year

Imagem Criativa: Ruediger Schulz

Imagem: Ruediger Schulz/Bird Photographer of the Year

Aves Urbanas: Terry Whittaker

Foto: Terry Whittaker/Bird Photographer of the Year

Prémio Portfolio:

Fotos: Kevin Morgans/Bird Photographer of the Year

Prémio de Conservação: Carla Rhodes

Foto: Carla Rhodes/Bird Photographer of the Year

Todas as imagens vencedoras são publicadas num livro da editora Harper Collins.

A competição de 2022 vai arrancar já a 30 de Setembro de 2021.

O Bird Photographer of the Year tem sede no Reino Unido mas está aberta a todos, profissionais e amadores, de qualquer nacionalidade. Além do título prestigioso de “fotógrafo de aves do ano”, o grande vencedor vai receber um prémio de 5.000 libras (cerca de 5.888 euros).

O concurso pretende ajudar a conservar o mundo das aves. Este ano, a competição doou mais de 8.000 libras (9.320 euros) à organização Birds on the Brink, que apoia projectos de conservação em todo o mundo.

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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