Esta foi uma das primeiras medidas tomadas pelo novo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, depois de tomar posse nesta quarta-feira.
Horas depois de fazer o juramento para assumir a presidência, Biden assinou uma acção executiva que determina que os Estados Unidos (EUA) vão voltar a juntar-se ao grupo de 195 países que assinaram o Acordo de Paris na capital francesa, em Dezembro de 2015.
Em causa está o compromisso assumido de adoptar acções que mantenham o aquecimento global “muito abaixo dos 2ºC, prosseguindo os esforços para limitá-lo a 1,5ºC”. Os EUA são o segundo maior emissor mundial de CO2, a seguir à China.
O regresso agora anunciado dos EUA, que se torna efectivo dentro de um mês, é um dos sinais do desmantelar da política ambiental do anterior Presidente. Donald Trump tinha anunciado o abandono do Acordo de Paris em 2017.
As medidas de Joe Biden para fazer marcha-atrás nas decisões do seu antecessor devem incluir o bloqueio da construção do oleoduto Keystone XL, um projecto polémico para transportar enormes quantidades de petróleo das areias betuminosas do estado de Alberta, no Canadá, para o estado americano do Texas, onde seria refinado.
O novo Presidente pretende também travar a prospecção de petróleo e gás no Refúgio de Vida Silvestre do Ártico e em duas áreas naturais protegidas do Utah, Escalante e Bears Ears.
Nova Presidência, outras prioridades
No seu primeiro discurso na Casa Branca, Biden disse que a América precisa de responder a um “clima em crise”. A mudança de tom face à administração anterior é evidente. A lista de prioridades da nova presidência coloca agora a crise climática logo em segundo lugar, a seguir à pandemia de Covid-19.
Durante a campanha eleitoral, Biden já tinha afirmado que as alterações climáticas são “uma das grandes ameaças” para o país e que iriam ter muita atenção da equipa, em conjunto com a pandemia e a recuperação económica. O ex-secretário de Estado John Kerry torna-se agora embaixador do Clima e Gina McCarthy, ex-directora da Agência de Protecção Ambiental, passa a dirigir a nova equipa de Política Climática da Casa Branca.
“Regressar a Paris é só o primeiro passo, mas um primeiro grande passo”, afirmou Todd Stern, chefe da equipa da administração Obama que negociou a assinatura do Acordo de Paris em 2015. “Hoje é um grande dia para deixamos para trás as decisões míopes e ignorantes da administração anterior [de Donald Trump] e dar as boas-vindas a um novo presidente seriamente comprometido com a acção.”