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Esta andorinha-do-mar-anã de 16 anos maravilhou ornitólogos

05.08.2015

Uma ave que pesa o mesmo que uma bola de ténis consegue viajar, durante a vida, mais de 100.000 quilómetros e, aos 16 anos, regressar à sua colónia de sempre para se reproduzir. Esta pequena ave deixou os ornitólogos britânicos maravilhados.

 

A descoberta da idade de duas aves, com 15 e 16 anos, aconteceu durante uma substituição de anilhas na colónia de andorinha-do-mar-anã (Sternula albifrons) em Chesil Beach, em Dorset, na costa no Sul de Inglaterra, no âmbito do projecto LIFE Little Tern, para conservar a espécie, revelou a britânica Real Sociedade para a Protecção das Aves (RSPB), em comunicado. 

 

“Quando estávamos a anilhar as aves reparámos que alguns indivíduos já tinham umas anilhas metálicas”, disse Thalassa McMurdo Hamilton, responsável pelo projecto. “Felizmente conseguimos apanhar alguns deles. Ansiosos e entusiasmados, escrevemos os números das anilhas num papel. Steve Hales, o especialista que estava a anilhar as aves, foi para casa ver os registos da BTO (British Trust for Ornithology) para saber a sua idade”, contou. “Algumas horas depois, Steve disse-nos que ele mesmo tinha anilhado aquelas aves em Chesil Beach em 1999 e 2000!” Segundo a RSPB, estas aves com 15 e 16 anos, já viajaram cada uma mais de 100.000 quilómetros, nas suas migrações anuais entre África e o Reino Unido.

 

 

“Segurar numa ave que anilhei quando tinha uma semana de idade, na mesma praia, há 16 anos, pode ser muito gratificante”, comentou Steve Hales.

O anilhador disse ter ficado maravilhado ao descobrir que aves deste tamanho – um adulto pesa o mesmo que uma bola de ténis – podem viver 16 anos e continuar a regressar àquela praia para se reproduzir. “Nem queria acreditar que fossem tão velhas. São muito mais fortes do que pensava. Estas aves viajam mais de 100.000 quilómetros durante a sua vida, o que é fascinante.”

A andorinha-do-mar-anã é a segunda ave marinha mais rara a nidificar no Reino Unido, com entre 1500 a 1900 casais. Este projecto LIFE, que envolve dez parceiros, pretende criar as condições para a recuperação da espécie a longo prazo naquele país.

 

[divider type=”thin”]Agora é a sua vez. Quer saber onde procurar a andorinha-do-mar-anã em Portugal?

No nosso país, a andorinha-do-mar-anã é uma espécie migradora que ocorre mais em salinas, praias e dunas pouco perturbadas. Segundo o portal Aves de Portugal, a espécie nidifica em Portugal e inverna em África. Encontra-se entre nós sobretudo entre princípios de Abril e o princípio de Setembro. Ou seja, agora.

O portal Aves de Portugal seleccionou estes como alguns dos melhores locais para a observar:

Algarve: é aqui que nidifica a maioria da população desta espécie. Por isso é, sem dúvida, a melhor região do país para a observar. Especialmente na Ria Formosa, Ludo, Quinta do Lago, Salinas de Santa Luzia, ria de Alvor, Reserva Natural de Castro Marim

Estuário do Douro

Estuário do Mondego

Estuário do Tejo (Salinas do Samouco, Parque Tejo, Salinas de Alverca)

Estuário do Sado

Lagoa de Santo André

Albufeira do Caia

Helena Geraldes

Sou jornalista de Natureza na revista Wilder. Escrevo sobre Ambiente e Biodiversidade desde 1998 e trabalhei nas redacções da revista Fórum Ambiente e do jornal PÚBLICO. Neste último estive 13 anos à frente do site de Ambiente deste diário, o Ecosfera. Em 2015 lancei a Wilder, com as minhas colegas jornalistas Inês Sequeira e Joana Bourgard, para dar voz a quem se dedica a proteger ou a estudar a natureza mas também às espécies raras, ameaçadas ou àquelas de que (quase) ninguém fala. Na verdade, isso é algo que quero fazer desde que ainda em criança vi um documentário de vida selvagem que passava aos domingos na televisão e que me fez decidir o rumo que queria seguir. Já lá vão uns anos, portanto. Desde então tenho-me dedicado a escrever sobre linces, morcegos, abutres, peixes mas também sobre conservacionistas e cidadãos apaixonados pela natureza, que querem fazer parte de uma comunidade. Trabalho todos os dias para que a Wilder seja esse lugar no mundo.

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