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Está aberta a votação para escolhermos a Árvore Europeia do Ano

14.02.2020

Nesta décima edição do concurso europeu, há 16 árvores candidatas incluindo o “castanheiro de Vales”, do concelho de Vila Pouca de Aguiar. Portugal participa pela terceira vez.

 

A votação para a Árvore Europeia do Ano é organizada pela Environmental Partnership Association (EPA) e começou em 2011. É a ronda final dos concursos que se realizaram em cada um dos 16 países que participam este ano, para a escolha da árvore que os iria representar nesta competição europeia.

Tal como no concurso para a Árvore Portuguesa do Ano, a votação europeia é online e passa pela escolha de duas árvores entre as candidatas. Este ano, os votos terminam a 29 de Fevereiro.

Eleito num concurso a nível nacional, que se realizou no final de 2019, calcula-se que o “castanheiro de Vales” – árvore que representa Portugal – tem cerca de 1000 anos de idade. Esta árvore situada em Tresminas, concelho de Vila Pouca de Aguiar, está classificada como arvoredo de interesse público. Acredita-se que já não restem muitos castanheiros com esta idade no país.

Bem mais recente é o “Guardião da vila inundada”, um pinheiro silvestre na República Checa com 350 anos, que está para já à frente das votações europeias, com 17.844 votos.

 

O pinheiro silvestre que é “Guardião da vila inundada”, na República Checa. Foto: Marek Olbrzymek

 

Esta árvore cresceu na margem de uma barragem e o seu nome inspira-se na vila inundada de Chudobín, que desapareceu devido à construção desse empreendimento.

“Segundo a lenda contada pelos locais, um diabo sentou-se sob o pinheiro durante a noite e tocou violino. No entanto, o mais provável é que tenham ouvido os fortes ventos soprando através do vale”, descreve-se no site do concurso.

Outra favorita é a “Ginko de Daruvar”, uma ginkgo biloba de 242 anos, da República da Croácia, actualmente com mais de 15.000 votos. Esta árvore centenária de tronco grosso cresce junto ao castelo de Daruvar e foi apelidada de “Adão” pelos locais. Ao seu lado tem outra árvore a que chamam de Eva.

 

A “Ginko de Daruvar”, na República da Croácia. Foto: D.R.

 

Entre as 16 árvores que este ano estão na corrida, encontram-se por exemplo uma “Faia multissecular” (França), um “Teixo da bruxa” (Irlanda), uma “Árvore das Bruxa” (Holanda) e um “Álamo solitário” (Federação Russa).

 

Portugal já venceu com sobreiro

Portugal venceu a competição europeia em 2018 com o “Sobreiro assobiador”, uma árvore do concelho de Palmela que na altura conseguiu mais de 26.600 votos. Em 2019, o país ficou em terceiro lugar, com uma azinheira alentejana de 150 anos de idade.

 

o sobreiro
O “Sobreiro assobiador” que venceu a competição europeia em 2018. Foto: UNAC

 

“O objectivo da Árvore Europeia do Ano é chamar a atenção para o significado das árvores antigas na herança natural e cultural que merece o nosso cuidado e protecção”, explicam os organizadores da competição, no site. “Não se foca na beleza, tamanho ou idade, mas sim na história da árvore e na sua ligação às pessoas. Estamos à procura de árvores que se tornaram parte de uma comunidade mais vasta.”

Este ano, a árvore vencedora vai ser anunciada numa cerimónia no Parlamento Europeu em Bruxelas, a 17 de Março.

 

[divider type=”thin”]Saiba mais.

Recorde 10 árvores monumentais portuguesas que vai gostar de conhecer.

 

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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