Um total de 41 zonas balneares foram interditadas até ao momento, mais 13 que em 2023, anunciou esta quarta-feira a associação portuguesa.
Em causa estão 15 praias costeiras e outras 26 interiores, “a maioria por má qualidade da água” associada à presença de dois micróbios – Escherichia coli e Enterococus intestinais – indicou a Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável, em comunicado. As interdições deram-se também, “no caso de diversas praias interiores, devido à presença da bactéria Salmonella“.
Estes resultados resultaram da avaliação de dados relativos à qualidade das águas das praias portuguesas na atual época balnear, disponíveis para consulta no Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos, e que a Zero comparou com a época balnear de 2023, tendo em conta praticamente o mesmo período de tempo.
De acordo com esta ONG portuguesa, existem atualmente 664 águas balneares cuja monitorização é reportada, “com um número limitado de praias a revelarem problemas, mas de forma mais expressiva que na época balnear passada”.
Além da interdição, o desaconselhamento ou proibição de banhos, mesmo por um período curto de tempo, afetou 46 praias – mais 17 do que em período semelhante do ano passado. Nessas zonas balneares, as análises ultrapassaram os limites fixados tecnicamente a nível nacional relativamente a pelo menos um dos dois parâmetros microbiológicos que são avaliados (Escherichia coli e Enterococus intestinais).
As águas balneares que apresentaram maior número de situações de água imprópria para banhos foram Matosinhos (Matosinhos) com três situações de desaconselhamento ou proibição de banhos e Parede (Cascais), Camilo (Lagos), Bitetos (Marco de Canaveses), Vieira (Marinha Grande), Molhe Leste (Peniche) e Azenhas do Mar (Sintra), cada uma delas com duas situações de desaconselhamento ou proibição de banhos. Cascais surge como o concelho do país com mais praias afetadas por qualidade imprópria ou por interdições, num total de seis praias.
Por outro lado, em termos de interdição, as praias interiores são as mais afectadas, com 17 por cento deste grupo nessa situação, face a três por cento de interdições em águas balneares costeiras ou de transição.
Em causa estarão “locais mais suscetíveis a descargas, controlo de poluição difusa ou falta ou falhas na rede ou no tratamento de águas residuais”, avança a associação.
Ainda assim, ressalva a Zero, “muitas das zonas balneares que sofreram um desaconselhamento ou interdição durante a presente época balnear têm classificação Excelente, devendo, portanto, tratar-se de episódios esporádicos que no contexto da legislação até podem não pôr em causa a sua qualidade, mas que devem ter as suas causas devidamente averiguadas”. A associação apela à investigação e responsabilização em todos os casos detetados.
“Falhas graves” no Sistema de Informação Nacional
A Zero chama também a atenção para a existência de “falhas na informação” que é disponibilizada no sítio de internet da Agência Portuguesa do Ambiente, uma vez que “nem sempre se esclarecem devidamente os motivos de interdição das zonas balneares e os procedimentos por parte dos Delegados Regionais de Saúde”.
Desde logo, sublinha a associação, “há 92 águas balneares sem quaisquer resultados de análises disponibilizados (14 por cento do total de águas balneares), sendo que praticamente todas as praias são da Região Autónoma dos Açores”.