Os linces Masiega e Melojo foram libertados hoje na Serra Morena Oriental, encerrando as reintroduções de 2016. Ao longo de sete anos, um total de 170 linces-ibéricos já foram libertados na natureza, com a missão de reforçar populações já existentes e de criar novas.
Caberú e Charqueña ficaram para a História da conservação como os primeiros linces-ibéricos libertados na natureza, no âmbito do projecto Iberlince de reintrodução da espécie. Foi no dia 14 de Dezembro de 2009 num cercado de pré-soltura com três hectares em Guadalmellato (Córdova), na Andaluzia, perante as câmaras de várias equipas de jornalistas. Os linces tinham quatro anos de idade e vinham da população selvagem de Andújar-Cardeña. Meses depois foram pais de três crias.
Desde então, foram libertados mais 168 animais, a maioria vinda dos cinco centros de reprodução em cativeiro. Segundo o projecto Iberlince, dos 170 linces-ibéricos libertados, 141 vieram dos centros de Silves, El Acebuche, La Olivilla, Granadilla e Zoobotânico de Jerez. Os restantes 29 foram animais capturados no campo.
Hoje chegou a vez de Masiega e Melojo. Estes linces, que levaram colares emissores para serem seguidos por GPS, vão ajudar a reforçar as populações de lince em Castela-La Mancha.
Desde Dezembro de 2009 até hoje, dia 17 de Junho de 2016, surgiram novas áreas de reintrodução mas o objectivo continua a ser o mesmo: que os animais se fixem e reproduzam nesses locais a fim de recuperar a distribuição histórica de uma espécie que se estima viver na Península Ibérica há, pelo menos, 27.000 anos.
Em Portugal, as libertações começaram a 16 de Dezembro de 2014, com Katmandú e Jacarandá. Em Maio, soubemos que esta fêmea deu à luz as primeiras crias de lince confirmadas na natureza nos últimos 40 anos.
De acordo com o mais recente censo sobre o lince-ibérico, estima-se que existam na natureza 404 animais desta espécie, classificada desde 22 de Junho de 2015 como Em Perigo de extinção, depois de anos na categoria mais elevada atribuída pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), Criticamente em Perigo.
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