A Sociedade Espanhola para a Conservação e Estudo dos Mamíferos (SECEM) já anunciou a escolha do Carnívoro do Ano de 2019: o pequeno arminho, que habita as zonas mais a norte da Península Ibérica.
A decisão foi tomada pelo Grupo de Carnívoros Terrestres da SECEM, uma associação espanhola criada em 1991, que se dedica ao estudo e conservação dos mamíferos no país.
A campanha do Carnívoro do Ano realiza-se em 2019 pela segunda vez, com o objectivo de “dar a conhecer determinadas espécies e os seus problemas de conservação”, indica uma nota publicada no site da associação. No ano passado, a escolhida foi a raposa, “devido à perseguição histórica que sofre”.
Os arminhos (Mustela erminea) são considerados “micro-carnívoros” e pertencem ao grupo dos mustelídeos, ao qual pertencem também as doninhas. Alimentam-se principalmente de roedores e de outros micro-mamíferos, devido ao pequeno tamanho que têm – medem no máximo pouco mais de 30 centímetros de comprimento. No entanto, conseguem perseguir presas muito maiores, como os coelhos e as lebres.
A pelagem destes animais muda na passagem do Verão para o Outono, quando deixam de ter o dorso acastanhado para ficarem totalmente brancos, pois assim camuflam-se melhor.
Por todo o mundo, a nível global, esta espécie está classificada como Pouco Preocupante, até porque habita uma vasta área, que se estende entre a América do Norte e a Europa e a Ásia.
No entanto, em Espanha, onde há pouca informação sobre a espécie, “observa-se um claro declive [populacional] que poderá estar relacionado com a destruição dos habitats e a descida das comunidades de roedores devido ao uso de raticidas” e de outros venenos no meio rural, nota a SECEM.
Assim, a nomeação deste ano pretende chamar a atenção para a necessidade de se fazerem mais estudos específicos e campanhas que ajudem à conservação deste carnívoro, acrescentam.
O Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, publicado em 2005, referia que este mamífero é residente em Portugal Continental, especialmente nas regiões a norte do Douro. Indicava também que a informação sobre a espécie é insuficiente para se determinar se está ou não ameaçada de desaparecer no país.
Hoje em dia, os arminhos estão legalmente protegidos em muitas partes do mundo, mas durante vários séculos foram muito perseguidos, em especial na Europa Central e Ocidental, pois a pelagem de tons brancos era usada para roupas e mantos e considerada um símbolo de riqueza. Mas ainda continuam a ser muito caçados na Rússia, por exemplo.
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