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a cabeça de um arminho em grande plano
Arminho (Mustela erminea). Foto: Keven Law/Wiki Commons

Em Espanha, este pequeno animal vai ser o carnívoro de 2019

06.02.2019

A Sociedade Espanhola para a Conservação e Estudo dos Mamíferos (SECEM) já anunciou a escolha do Carnívoro do Ano de 2019: o pequeno arminho, que habita as zonas mais a norte da Península Ibérica.

 

A decisão foi tomada pelo Grupo de Carnívoros Terrestres da SECEM, uma associação espanhola criada em 1991, que se dedica ao estudo e conservação dos mamíferos no país.

A campanha do Carnívoro do Ano realiza-se em 2019 pela segunda vez, com o objectivo de “dar a conhecer determinadas espécies e os seus problemas de conservação”, indica uma nota publicada no site da associação. No ano passado, a escolhida foi a raposa, “devido à perseguição histórica que sofre”.

Os arminhos (Mustela erminea) são considerados “micro-carnívoros” e pertencem ao grupo dos mustelídeos, ao qual pertencem também as doninhas. Alimentam-se principalmente de roedores e de outros micro-mamíferos, devido ao pequeno tamanho que têm – medem no máximo pouco mais de 30 centímetros de comprimento. No entanto, conseguem perseguir presas muito maiores, como os coelhos e as lebres.

A pelagem destes animais muda na passagem do Verão para o Outono, quando deixam de ter o dorso acastanhado para ficarem totalmente brancos, pois assim camuflam-se melhor.

 

arminho com o dorso castanho e a barriga branca
Arminho com a pelagem de Verão. Foto: U.S. Fish & Wildlife Service

 

Por todo o mundo, a nível global, esta espécie está classificada como Pouco Preocupante, até porque habita uma vasta área, que se estende entre a América do Norte e a Europa e a Ásia.

No entanto, em Espanha, onde há pouca informação sobre a espécie, “observa-se um claro declive [populacional] que poderá estar relacionado com a destruição dos habitats e a descida das comunidades de roedores devido ao uso de raticidas” e de outros venenos no meio rural, nota a SECEM.

Assim, a nomeação deste ano pretende chamar a atenção para a necessidade de se fazerem mais estudos específicos e campanhas que ajudem à conservação deste carnívoro, acrescentam.

O Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, publicado em 2005, referia que este mamífero é residente em Portugal Continental, especialmente nas regiões a norte do Douro. Indicava também que a informação sobre a espécie é insuficiente para se determinar se está ou não ameaçada de desaparecer no país.

 

arminho todo branco
Arminho com a pelagem característica do Inverno. Foto: Wiki Commons

 

Hoje em dia, os arminhos estão legalmente protegidos em muitas partes do mundo, mas durante vários séculos foram muito perseguidos, em especial na Europa Central e Ocidental, pois a pelagem de tons brancos era usada para roupas e mantos e considerada um símbolo de riqueza. Mas ainda continuam a ser muito caçados na Rússia, por exemplo.

 

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Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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