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Vespa-asiática (Vespa velutina). Foto: Ksarasola/Wiki Commons

Eliminados 490 ninhos de vespa-asiática em Valença do Minho

25.01.2024

Os serviços locais de Protecção Civil realizaram um “número recorde” de intervenções em 2023, anunciou a autarquia. Fique atento aos ninhos desta vespa invasora, presente em quase todo o país.

Os números de ninhos de vespa-asiática (Vespa velutina) eliminados no ano passado foram divulgados esta quinta-feira, numa nota de imprensa em que a autarquia de Valença do Minho explica que a equipa “está capacitada com equipamentos adequados para esta tarefa, de atenuar e controlar a presença da vespa asiática” naquele concelho do Norte do país.

Em Portugal, a vespa-asiática foi detectada pela primeira vez em 2011, em Viana do Castelo, através de um carregamento de madeiras provenientes de França, onde esta espécie invasora já estava presente.

Esta vespa é fortemente prejudicial para a actividade apícola, ligada à produção de mel, e para a produção agrícola, pois ataca e alimenta-se de abelhas domésticas e de insectos polinizadores selvagens. É também considerada um perigo para a saúde pública, pois reage de forma agressiva e em grande número quando vê o ninho a ser atacado.

É nesta época do ano, em pleno Inverno, que “muitas árvores perdem a folhagem” e por isso “os ninhos de vespa asiática são mais fáceis de identificar”, lembra também o município, que sublinha que “preservar a manutenção das comunidades de abelhas e das vespas autóctones não é só uma preocupação com a apicultura, mas com toda a biodiversidade” do concelho.

Ninho secundário de vespa-asiática. Foto: Père Igor/Wiki Commons

Assim, caso depare com um ninho de vespa asiática, pode contactar os serviços de protecção civil da autarquia onde foi observado, e alertar também as autoridades nacionais ligadas ao combate a esta invasora.

Outros 178 ninhos destruídos em Penacova

Ainda mais a sul, no concelho de Penacova, o número de ninhos de vespa-asiática eliminados durante o ano passado também cresceu. Em 2023, os serviços locais de Protecção Civil detectaram e destruíram 178 ninhos desta espécie invasora, mais nove do que no ano anterior.

De acordo com o coordenador da Protecção Civil do município, citado pelo jornal Notícias de Coimbra, “as freguesias de Lorvão, Penacova e Figueira de Lorvão foram as mais afetadas, sendo que 81% dos ninhos desativados foram localizados em árvores, nomeadamente em eucaliptos e pinheiros”.

Vespas mais activas a partir de Fevereiro

É quando as temperaturas começam a subir, por volta de Fevereiro ou Março, que as vespas-asiáticas rainhas, que tinham sido fecundadas no Outuno passado, entre Setembro e Novembro, saem da hibernação.

“Nesta fase a actual rainha está completamente sozinha a desempenhar as suas tarefas de construção do ninho primário, a colocação dos seus primeiros ovos e a alimentação das primeiras obreiras do ano que eclodirem”, explicou recentemente à Wilder a investigadora Maria João Verdasca.

Ninho primário de vespa-asiática. Foto: Paulo Rodrigues

Este ninho primário tem o tamanho de uma bola de golfe, seguindo-se mais tarde a construção do ninho secundário, já com a ajuda das obreiras entretanto crescidas. Esse último pode chegar a medir mais do que um metro.

É no entanto importante ter cuidado para não confundir as vespas-asiáticas e os seus ninhos com vespas nativas da fauna portuguesa, que são importantes para a biodiversidade local, têm alertado os entomólogos portugueses.


Saiba o que fazer.

Recorde aqui o que deverá fazer se deparar com uma vespa-asiática, ou com um ninho despa espécie invasora, ao pé de si.

Inês Sequeira

Foi com a vontade de decifrar o que me rodeia e de “traduzir” o mundo que me formei como jornalista e que estou, desde 2022, a fazer um mestrado em Comunicação de Ciência pela Universidade Nova. Comecei a trabalhar em 1998 na secção de Economia do jornal Público, onde estive 14 anos. Fui também colaboradora do Jornal de Negócios e da Lusa. Juntamente com a Helena Geraldes e a Joana Bourgard, ajudei em 2015 a fundar a Wilder, onde finalmente me sinto como “peixe na água”. Aqui escrevo sobre plantas, animais, espécies comuns e raras, descobertas científicas, projectos de conservação, políticas ambientais e pessoas apaixonadas por natureza. Aprendo e partilho algo novo todos os dias.

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